Internacional
Chilenas pedem renúncia de senador que defendeu o pai condenado por pedofilia
Após polêmica, Javier Macaya renunciou à presidência do partido de direita União Democrática Independente (UDI)
Centenas de mulheres reuniram-se nessa quarta-feira, em frente à sede do Congresso chileno, e cantaram o famoso hino feminista “O estuprador é você”, para exigir a demissão do senador da oposição Javier Macaya, que defendeu o pai condenado por abuso sexual de menores.
O grupo artístico “Las Tesis” apelou às mulheres através das redes sociais para se manifestarem contra a “impunidade e a indolência” e contra “aqueles que detêm o poder político para defender os violadores”.
Ex-presidente do principal partido de oposição de direita no Chile, a União Democrática Independente (UDI), Macaya defendeu publicamente seu pai, Eduardo Macaya, 72 anos, condenado em primeira instância a seis anos de prisão por abuso sexual de menores, em uma investigação envolvendo membros de sua família.
- Queremos que ele saia, ele não pode continuar como funcionário público - disse Rita Díaz, uma das centenas de manifestantes que chegaram à sede do Congresso chileno em Valparaíso, 120 quilômetros a leste de Santiago.
O senador afirmou, em entrevista, acreditar na inocência do pai e criticou o processo judicial, ao apontar que a condenação foi baseada em uma gravação feita sem o consentimento dos acusados e com um vídeo “bastante editado”.
Em resposta, os grupos feministas convocados por “Las Tesis” realizaram a famosa performance “O estuprador é você”, que nasceu em Valparaíso em 2019 e foi replicada em Paris, Barcelona, Bogotá, Cidade do México e outras cidades ao redor do mundo.
Na época, a coreografia rapidamente se tornou um hino feminista, adotado por mulheres de todas as idades.
Devido à indignação pública gerada por suas declarações, Javier Macaya deixou o cargo de presidente da UDI na terça-feira, mas permaneceu como senador. A legislação chilena não permite a renúncia de parlamentares.
Seu pai, Eduardo Macaya, entrou na prisão de Rancagua (Sul) na sexta-feira da semana passada para cumprir prisão preventiva. Mas na segunda-feira o Tribunal de Recurso revogou a medida e decretou a prisão domiciliar em substituição.
- Estamos aqui e vamos continuar nas ruas, até que este abusador de meninas esteja na prisão e cumpra a pena correspondente - afirmou Natalia Corrales, membro de um grupo feminista de Valparaíso.
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