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Valentina Bandeira fala de lado introspectivo, em meio ao sucesso no humor: 'Esperam sempre me encontrar feliz'

Atriz, de 30 anos, fala ainda do humor feito para 'constranger os homens'

Agência O Globo - 16/07/2024
Valentina Bandeira fala de lado introspectivo, em meio ao sucesso no humor: 'Esperam sempre me encontrar feliz'

Foram necessários alguns minutos de entrevista até que Valentina Bandeira, finalmente, fizesse alguma piada, como é de costume na internet. Ela, que começou o papo em um tom mais reflexivo, estava na semana passada com a ansiedade grande, por conta da proximidade da cobertura das Olimpíadas. A apresentadora e atriz vai para Paris, na França, sentir o clima das ruas e fazer reportagens para o Youtube, em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

— Ano passado, quando fiz a Copa do Mundo de futebol feminino, na Austrália, foi a melhor experiência da minha vida e fui sem pensar muito. Mas no final dos 40 dias, já estava desesperada, você já está querendo sua casa e é barra pesada. Sei que a Olimpíada também vai ser incrível, mas fiquei um pouco com esse trauma — confessa ela, que nasceu na capital francesa, mas foi criada no Rio de Janeiro..

Desde que estourou na web com vídeos mostrando a autoestima lá em cima e sacadas engraçadas, Valentina tem refletido sobre a expectativa que as pessoas têm em relação ao seu comportamento:

— As pessoas acham que vão sempre me encontrar na rua sendo a pessoa mais feliz do mundo (risos), e quase me cobram, como se eu tivesse que entregar isso o tempo todo. Eu tenho esse lado, mas eu sou muito mais introvertida. Acho que fingi ser muito mais sociável do que sou. Eu sou meio Anitta, entende? A Larissa é de um jeito, mas quando ela se expressa como Anitta, vira outra. E as duas são a mesma pessoa. Sou esses fragmentos — reflete.

Mas ter mostrado esse lado mais extrovertido publicamente a consagrou e a ajudou a se livrar de uma depressão que marcava sua vida há anos. A terapia, que ela faz desde os 8 anos de idade, também tem papel fundamental.

— No início (da repercussão do meu trabalho), foi muito louco emocionalmente. Eu sentia que tinha “chegado lá”, que eu tinha me transformado na pessoa que sempre quis ser. Todo mundo queria ser meu amigo. E eu usava um pouco essa “personagem” socialmente. Passar a me ver de fora, por meio dos vídeos, ajudou. Eu já fui bastante deprimida, era uma bomba-relógio sentimental — conta ela.

A chegada aos 30 anos, em fevereiro último, amenizou um pouco as coisas:

— Me fez ficar mais madura e não ficar eternamente afundando na areia movediça. Eu ainda transbordo fácil, estava chorando cinco minutos antes dessa entrevista por um motivo aleatório. Hoje, sei identificar esses pontos e passar por cima para continuar. O processo artístico é também psicanalítico — analisa a atriz que, mais à vontade, até chama o repórter para filosofarem juntos compartilhando um chope, quando ela voltar de Paris.

Fazer piadas com homens é diversão: sobrou até para o Carrão

Valentina também é meio Anitta durante as transmissões, quando flerta e faz piada com os homens, sem a menor cerimônia. Ela garante que isso faz parte da personagem.

— Amo deixar os homens constrangidos. No meu tipo de humor, não há limites para isso — afirma, aos risos.

Acontece que, vez ou outra, as piadas tomam uma proporção maior. Recentemente, viralizou uma fala da artista sobre Humberto Carrão, em que ela o chama de “esquerdo-macho típico”. No contexto em que a frase foi aplicada, ela explica, era um elogio:

— Tinham me perguntado por que o Carrão fazia sucesso com as mulheres e eu respondi. Nem falei com ele depois, mas quando encontrá-lo na rua, vou zoar. Nós somos amigos, só faço piada assim com quem gosto. E acho que ele vai dar risada também. Ninguém precisa se levar tão a sério.

E será que esse tipo de humor afasta os caras?

— Meu tesão vem muito da admiração. Não conseguiria me relacionar com alguém que não tenha inteligência para entender o que é a piada. Acho que a gente está mudando aquela teoria de que homem não gosta de mulher engraçada. E que bom — diz Valentina, despistando sobre possíveis flertes em Paris: — Meu coração não está fechado, mas estou bem tranquila.