Na documentação do comício de campanha na Pensilvânia, no sábado à tarde, que se transformou numa tentativa de assassinato contra um ex-presidente, Doug Mills, um fotógrafo veterano do New York Times, parece ter capturado a imagem de uma bala passando perto da cabeça do ex-presidente Donald J. Trump.

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Essa é a avaliação de Michael Harrigan, um agente especial aposentado do FBI que passou 22 anos no bureau.

"Isso absolutamente poderia estar mostrando a perturbação do ar devido a um projétil", disse o Sr. Harrigan em uma entrevista no sábado à noite, depois de revisar as imagens de alta resolução que o Sr. Mills enviou do comício. "O ângulo parece um pouco baixo para ter passado pelo ouvido dele, mas não é impossível se o atirador tivesse disparado múltiplos tiros."

A matemática balística simples mostrou que capturar uma bala como o Sr. Mills provavelmente fez em uma foto era possível, disse o Sr. Harrigan.

O Sr. Mills estava usando uma câmera digital Sony capaz de capturar imagens a até 30 quadros por segundo. Ele tirou essas fotos com uma velocidade do obturador de 1/8.000 de segundo - extremamente rápida pelos padrões da indústria.

Outro fator é a velocidade da bala do rifle. No sábado, as autoridades de aplicação da lei recuperaram um rifle semiautomático do tipo AR-15 no local, de um homem branco falecido que eles acreditam ser o atirador.

"Se o atirador estava disparando um rifle estilo AR-15, as balas calibre .223 ou 5,56 milímetros que eles usam viajam a aproximadamente 3.200 pés por segundo quando saem do cano da arma", disse o Sr. Harrigan. "E com uma velocidade do obturador de 1/8.000 de segundo, isso permitiria que a bala viajasse aproximadamente quatro décimos de um pé enquanto o obturador está aberto."

"A maioria das câmeras usadas para capturar imagens de balas em voo estão usando câmeras especializadas de alta velocidade que normalmente não são utilizadas para fotografia regular, então capturar uma bala em uma trajetória lateral como vista naquela foto seria um golpe de sorte e praticamente impossível de capturar mesmo se soubesse que a bala estava vindo", disse ele.

Na última missão do Sr. Harrigan, ele liderou a unidade de treinamento de armas de fogo do bureau e atualmente trabalha como consultor na indústria de armas de fogo.

"Dadas as circunstâncias, se aquilo não está mostrando o trajeto da bala pelo ar, eu não sei o que mais poderia ser", disse ele.