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Maria Gladys fala sobre a neta Mia Goth, a nova 'rainha do grito' do cinema: 'Nasceu atriz, tenho o maior orgulho'
Britânica, que viveu no Brasil com a avó quando tinha três anos, chega aos cinemas com 'Maxxine'

Em Hollywood, Mia Goth é a mais nova estrela do terror. Aos 30 anos, a inglesa coleciona elogios por “MaXXXine”, filme em cartaz que completa uma trilogia do diretor Ti West (iniciada com “X: a marca da morte” e “Pearl”, ambos de 2022). No Brasil, porém, ela é conhecida de outra forma: “neta da atriz brasileira Maria Gladys”. Posts em redes sociais, memes nos grupos de WhatsApp e até trailers e cartazes oficiais não deixam dúvida: o parentesco entre as duas é um orgulho nacional.
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‘Quero fazer tudo’: Mia Goth, neta da atriz brasileira Maria Gladys, diz que não quer ficar só nos filmes de terror
Orgulho compartilhado por Maria Gladys, de 84 anos, ao falar da neta em entrevista ao GLOBO durante uma passagem pelo Rio — a carioca vive há dez anos em Santa Rita de Jacutinga, no sudeste de Minas.
— Ela viveu comigo quando era pequena. Minha filha estava com a vida complicada em Londres e precisou deixar a Mia comigo um tempo. E foi uma felicidade — lembra a avó coruja. — Tinha um seriado americano que a gente adorava, e a Mia imitava direitinho a inflexão da protagonista, fazia igualzinho. Eu não conseguia. Ela tinha só 3 anos de idade e eu logo vi: “Não vai dar outra.” Ela é fabulosa. Ela nasceu atriz. Tenho o maior orgulho dela.
Mia, que teve a infância dividida entre Brasil, Inglaterra e Canadá (país de seu pai), recordou o período com Gladys em um depoimento gravado em 2021 para o programa “A noite é nossa”, da Record. Em bom português, ela disse: “Minha avó é a maior inspiração da minha vida. Ela é a mulher mais forte que conheço e uma atriz extraordinária. Meu tempo morando com ela no Rio foi minha parte favorita da minha infância. Eu sou a maior fã dela.”
‘Habituada ao sucesso’
Dizendo-se “pouco conectada”, Gladys admite não estar “muito ligada” nos memes que a relacionam com sua neta, mas afirma estar “habituada ao sucesso”.
— Pode parecer vaidade, mas é algo normal, fiz muitos trabalhos para a Globo. A verdade é que sempre fui reconhecida pelo público — diz a atriz, muito lembrada, para citar apenas um exemplo, pela novela “Vale tudo” (1988), em que interpretou a doméstica Lucimar.
Antes disso, a atriz foi musa do cinema, com trabalhos marcantes como os filmes “Os fuzis” (1964), de Ruy Guerra, e “Todas as mulheres do mundo” (1966), de Domingos de Oliveira. Afastada da TV desde 2016, quando atuou na série “Pé na cova”, de Miguel Falabella, Gladys não se considera aposentada. Mas também não está correndo atrás de trabalho.
— Eu gosto de ser atriz, gosto de fazer televisão, cinema, teatro, topo qualquer parada. O que mais gosto de fazer? Em primeiro lugar, trabalhar. Depois vem o chope — brinca. — Hoje em dia, só trabalho com o Miguel (Falabella). Só ele me chama. Você tem que estar ali no meio, aparecendo, e eu não apareço, moro no meio do mato. Não sei quem são os novos diretores, os novos autores.
Em Santa Rita de Jacutinga, que tem cerca de cinco mil habitantes, Gladys conta ter uma vida “mais tranquila, natural e barata” do que no Rio de Janeiro.
— Adoro a cidade, mas não tenho mais tanto a ver com o Rio. Alguns amigos não moram mais aqui, outros morreram e ou não frequentam mais o bar — conta. — É muito caro viver no Rio. Eu morava na Atlântica, antes morei em Ipanema, de frente pro mar. As pessoas falavam: “mas o aluguel é todo o seu salário”. E eu respondia, “deixa pra lá, eu não vou morar mal”. A gente só vive uma vez, então quero viver bem. Não faço economia. E não me arrependo.
Seis décadas após a primeira parceria, Maria Gladys voltou a trabalhar com o diretor Ruy Guerra e, assim como a neta, também completou uma trilogia cinematográfica. É um trabalho inédito, “A fúria”, capítulo final da trilogia que conta ainda com “Os fuzis” e “A queda” (1978). Ainda sem previsão de lançamento, o longa ainda tem no elenco Daniel Filho, Lima Duarte e Paulo Cezar Pereio, morto este ano.
Viagem programada
Gladys conta que, no momento, está começando a planejar uma viagem para ver a neta. E a bisneta, Isabel, de 2 anos, filha de Mia com o ator Shia LaBeouf. Os dois se conheceram durante as filmagens do polêmico “Ninfomaníaca” (2013), de Lars von Trier, e viveram um relacionamento de idas e vindas até reatarem em 2021.
— Agora sou bisavó. Fala sério! Ainda não conheci a garotinha, Isabel. Hoje, como Mia é uma estrela, eu quase não a vejo — conta Maria Gladys. — Ando pensando em ir ao encontro dela Eu fico querendo não ir para dar a oportunidade dela vir ao Brasil, porque ela ama o Brasil, tem praia, é quente, não é aquele frio de lá. Mas ela demora tanto que eu vou ter que ir.
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