Esportes
Da Copa América à Olimpíada: Estados Unidos inaugura novo período como 'capital' dos eventos esportivos
País também receberá "Super Mundial", Copa do Mundo e Olimpíada nos próximos anos

Acostumado a receber as partidas dos Miami Dolphins, equipe da cidade da Flórida na NFL, o Hard Rock Stadium será, neste domingo, palco do primeiro momento de ápice dos Estados Unidos em sua estratégia traçada para os próximos anos: a disputa entre Argentina e Colômbia pelo título da Copa América, torneio que inaugurou uma sequência de megaeventos esportivos no país.
Além do principal torneio de seleções da América do Sul, que este ano abraçou seis países da Concacaf, os americanos também receberão o primeiro Super Mundial de Clubes da Fifa, em 2025; a próxima do Copa do Mundo, no ano seguinte, dividida com México e Canadá; e os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles. Há grande expectativa sobre os efeitos de eventos desta magnitude.
— Gera aumento no consumo e prática de esportes. Há muito aprendizado em como organizar grandes eventos, melhorar a experiência do torcedor, investimento em infraestrutura das arenas... Também é uma plataforma excelente para patrocinadores se posicionarem e se conectarem com fãs e consumidores — diz Felipe Gomieiro, diretor-geral da agência 100 Sports. — O uso de novidades com alta tecnologia em transmissão, segurança e informação também é muito aguardado.
Três dos quatro eventos são justamente de futebol, esporte do qual os EUA não conseguem se tornar potência. Entre eles, a primeira Copa com 48 seleções. Os anos que antecedem o pontapé inicial do torneio têm sido marcados por um crescimento da principal liga local, a MLS.
Hoje, ela conta com estrelas como o argentino Lionel Messi, o uruguaio Luis Suárez e os franceses Hugo Lloris e Olivier Giroud. Além de maior atratividade para as marcas, o objetivo é aumentar a competitividade. É inegável que, em comparação com 1994 (ano do primeiro Mundial no país) tanto a seleção quanto os times americanos estão mais fortes. Mas seguem atrás do eixo Europa-América do Sul.
Se ainda não pela competição, os olhares do mundo do futebol se voltam para a capacidade do país de organizar eventos. E a Copa América ligou alertas. A briga entre jogadores do Uruguai e torcedores colombianos, após a semifinal entre as duas seleções, mostrou brechas na segurança. A Conmebol notificou 11 atletas da Celeste e prometeu sancioná-los. Mas, até agora, nada anunciou em relação às falhas nos procedimentos que deveriam evitar este tipo de situação.
—Estamos nos EUA. Um país, entre aspas, de segurança, de prevenção. Se a prevenção falha, o que pode acontecer? Havia um recurso da porta de escape? Passaram (dali)? Não passaram? — questionou o técnico da seleção uruguaia, Marcelo Bielsa, explicando que seus jogadores correram para proteger familiares no momento da confusão. — Estou dizendo que os organizadores nos disseram: “Não podemos defender a sua família”. Essa é a mensagem, não?
Há que se ponderar, neste caso, que a organização da Copa América não é a mesma dos demais eventos. Mas outro problema preocupa para o futuro: as dimensões reduzidas de alguns gramados, originalmente usados pelo futebol americano. Embora dentro do mínimo permitido pela Fifa (100m x 64m), são menores do que o padrão adotado pela entidade (105 x 68m) e incomodaram os atletas. Vini Jr e Messi foram alguns que reclamaram.
Dos 14 estádios usados, 11 também estarão na Copa-2026. Destes, oito com dimensões reduzidas. A promessa é de que, até lá, todos serão adaptados. Em relação ao Mundial de Clubes, a Fifa ainda não anunciou os campos.
O novo torneio é uma grande aposta da Fifa, que reunirá 32 clubes pela primeira vez com a promessa de pagar cerca de 50 milhões de euros (R$ 295 milhões na cotação atual) para cada um apenas pela participação. Ao receber o evento, os EUA buscam força política junto à entidade.
A estratégia de se tornar protagonista no mundo esportivo também foi tomada pelo Brasil ao sediar o Pan-2007, a Copa-2014 e a Rio-2016. Em 2027, o país receberá a Copa Feminina. A ideia é não apenas fincar o Brasil no mapa como incrementar o mercado publicitário e tudo o que envolve a relação entre torcedores e consumo.
— O esporte é tratado como política de estado e demonstração de força. Nos EUA, as ligas profissionais tratam o esporte como produto, zelando pela competição do ponto de vista do entretenimento, sendo a performance consequência, além da infraestrutura de ponta que colabora com a indústria de marketing — diz Gomieiro.
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