Economia
Reforma tributária: na última hora, Câmara inclui carnes na cesta básica
Fazenda mantém estimativa de impacto com inclusão, mas trava ajuda a manter a estimativa em 26,5%

A Câmara dos Deputados decidiu de última hora, nesta quarta-feira (dia 10), incluir as carnes na cesta básica com alíquota zero de imposto dentro da Reforma Tributária. A medida havia ficado de fora do texto-base, mas na reta final os parlamentares conseguiram apoio do governo a uma emenda destacada em plenário para acrescentar as proteínas animais na isenção total de impostos.
O destaque do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, teve 477 votos favoráveis e 3 contra. Antes, as carnes estavam na lista de redução de 60% da alíquota do IVA (Imposto Sobre Valor Agregado). A inclusão ocorreu após pressão do setor do agronegócio, contrariando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-A). O presidente Lula era favorável à entrada das proteínas na taxa zero.
Entenda
De acordo com líderes, Lira e o governo toparam o acordo geral para apoio do destaque do PL depois que todos os líderes o avisaram que as bancadas votariam favoravelmente a proposta.
-- O governo viu que ia perder e aí resolveu acatar o texto. Mas pelo regimento foi necessária a aprovação do destaque do PL, com carnes, queijos e sal -- disse o líder do PL, Altineu Cortes (RJ).
O líder do governo na Câmara, José Guimarães, que mais cedo chegou a dizer que o PT e o governo não iriam fazer emendas para carnes, comemorou a inclusão:
— Quero comemorar a inclusão das proteínas na cesta básica. A cada minuto, temos uma agonia — afirmou. Uma coisinha a mais ou a menos não impactam na espinha dorsal.
Previsão de impacto
Técnicos do Ministério da Fazenda mantém a previsão de impacto de 0,53% na alíquota. Eles reconhecem, porém, que a trava colocada na proposta para garantir o máximo de 26,5% de alíquota ajuda.
-- Ao garantir que não teríamos implicações para além de 26,5% foi nos permitido incluir as proteínas. Consolidamos um gatilho, para o governo fazer uma revisão se necessário -- afirmou o relator Reginaldo Lopes (PT-MG).
O líder do PT, Odair Cunha (PT-MG), disse que a reforma tem mecanismos de ajuste:
— O próprio sistema da reforma tem mecanismos de ajustes e também não encerramos o processo. Diante do diálogo feito com as lideranças e a vontade do presidente Lula, há uma decisão política de garantirmos o barateamento das proteínas
O texto-base de regulamentação que trata das regras de criação do novo sistema de tributos sobre o consumo foi aprovado por 336 votos favoráveis, 142 contrários e 2 abstenções. É um resultado bem acima dos 257 votos favoráveis necessários. PIS, Cofins, IPI, ISS e ICMS darão lugar aos futuros Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
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