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Tamara Klink, que passou inverno no Ártico sozinha, contou ter tido zero apoio dos pais quando começou a viajar

Família da exploradora é composta por navegadores que se tornaram conhecidos por viagens congelantes relatadas em livros; veja quem é quem

Agência O Globo - 09/07/2024
Tamara Klink, que passou inverno no Ártico sozinha, contou ter tido zero apoio dos pais quando começou a viajar

Tamara Klink, de 27 anos, precisou se alimentar de comida enlatada e realizar sua higiene pessoal com gelo derretido para passar os dias de um inverno inteiro no Ártico. Primeira mulher a realizar tal feito, a exploradora herdou o interesse pelas viagens congelantes dos próprios pais, Amyr Klink e Marina Bandeira. A família, composta por outros velejadores, aliás, se tornou conhecida também por relatar as excursões em livros best-sellers.

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Apesar da intimidade dos pais com o velejado, Tamara, em entrevista à Revista Ela, do GLOBO, em 2021, afirmou não ter recebido apoio dos pais para iniciar as navegações sozinha. Ambos negaram todo e qualquer auxílio.

— Não me ajudaram com conselhos nem com recursos financeiros — contou, usando a palavra “desacolhimento” para se referir à relação com o pai. — Ele sempre foi muito duro, rígido, ríspido até. Quase agressivo com as palavras.

Na reportagem, Amyr se assume “um pai difícil”, mas disse que faria tudo de novo.

— Não ajudei por uma razão muito simples: seria ruim para ela ser vista apenas a menina que herdou tudo do pai.

Quem é quem na família Klink

O pai de Tamara é Amyr Klink, filho de filho de pai libanês e mãe sueca. Começou a ter maior contato com o mar quando tinha apenas dois anos, quando passou a ir com maior frequência para a região de Paraty (RJ) com a família. Lá, ele conta, ficou inspirado a traçar rotas pelo mundo.

As viagens, de fato, começaram em 1978, quando viajou até o Chile de moto. O primeiro livro veio a ser publicado cinco anos depois, em 1983, logo após terminar de construir o seu primeiro barco, com o qual veio a realizar a primeira travessia solitária a remo do Atlântico Sul. Esta viagem, de aproximadamente 3.700 milhas e que durou cem dias, com fim na Bahia, foi relatada no livro best-seller “Cem dias entre o céu e o mar”. Já o segundo livro, “Paratii, entre dois pólos”, foi lançado em após passar aproximadamente 650 dias imóvel em uma invernagem antártica.

O casamento de Amyr com a também velejadora e fotógrafa Marina Bandeira aconteceu em 1996. Desde a década de 1980, ela tem se relacionado com temas ligados ao meio ambiente, como as polares. Aliás, as fotografias dela ilustram o livro “Férias na Antártica”, de autoria das filhas.

Amyr e Marina tiveram duas filhas, além de Tamara: as filhas gêmeas Tamara e Laura, que nasceram em 1997 e a caçula, Marina Helena, nascida no ano 2000.

— Em Paraty, a gente via o barco do nosso pai partir e sumir atrás das montanhas verdes do Jurumirim e era nessa mesma praia que a gente via ele voltar nove meses depois. Um pouco mais magro, com mais barba do que antes e com o barco marcado por batidas. Para mim, é em Paraty que o mar começa e termina. Depois, comecei minha própria viagem em um lugar muito longe daqui, mas que também tinha montanhas verdes, pedras escondidas na água, baías e recortes: a Noruega. Navegando nos fiordes eu me sentia um pouco aqui. Eu via os fiordes noruegueses e lembrava das escarpas do Mamanguá — disse Tamara ao GLOBO, quando participou da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).