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Morre o pianista Laércio de Freitas, aos 83 anos, em São Paulo

Pai da atriz e cantora Thalma de Freitas, ele também era compositor e arranjador e chegou a atuar em novelas como 'Mulheres apaixonadas' e 'Viver a vida'

Agência O Globo - 05/07/2024
Morre o pianista Laércio de Freitas, aos 83 anos, em São Paulo

Maestro, pianista e compositor, Laércio de Freitas morreu aos 83 anos, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (5). O músico estava em sua casa, e teria morrido dormindo, segundo informações da família. Ele foi internado no final do mês passado com uma infecção nos rins no Hospital da Universidade de São Paulo.

Pai da atriz e cantora Thalma de Freitas, Laercio terá o corpo velado e cremado neste sábado (6) no cemitério da Vila Alpina. Nascido em Campinas, Laércio estudou piano no Conservatório Carlos Gomes, graduando-se em 1957. Um dos maiores musicistas do país, ele fez parte de formações históricas, como o Radamés Gnattali Sexteto, a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, e o Tamba 4, onde entrou para substituir Luis Eça.

A partir de 1966, fez carreira internacional em apresentações na Europa, Ásia e México. Atuou com músico, compositor e arranjador em discos seminais da música brasileira, como "Erasmo" (1968), de Erasmo Carlos; "Mustang cor de sangue" (1969), de Marcos Valle; "Alegria Alegria vol.3 ou cada um tem o disco que merece" (1969), de Wilson Simonal; "Elza Soares" (1973); "Quem é quem" (1973), de João Donato.

Também acompanhou nomes como Maria Bethânia, Ângela Maria, Clara Nunes, Ivan Lins, Emílio Santiago, Quarteto em Cy e Martinho da Vila. Em 1972 lançou o primeiro disco solo, "Laércio de Freitas e o som roceiro", seguido de "São Paulo no balanço do choro" (1980), "Terna saudade" (1988), "Instrumental no CCBB - Laércio de Freitas e Carlos Malta" (1993) e "Laércio de Freitas homenageia Jacob do Bandolim" (2006).

Na TV, começou em programas musicais, como "Um toque de classe" (TV Manchete), "Alegria do choro" e "Café Concerto (TV Cultura), e depois também fez participações como ator, nas novelas "Mulheres apaixonadas" e "Viver a vida", escritas por Manoel Carlos. No cinema, ganhou o Kikito de composição em Gramado em 1999 pela trilha da clássica animação "Amassa que elas gostam", de Fernando Coster, e interpretou o marinheiro João Cândido, líder da revolta da Chibata, no longa "Chibata" ( 2015), de Marcos Manhães Marins.

. Na Rede Globo, foi ator nas novelas "Mulheres Apaixonadas" e "Viver a Vida". Interpretou Machado de Assis no vídeo que comemorou 150 anos da Caixa Econômica Federal, apresentado nacionalmente na televisão em 2011, após manifestação do Movimento Negro que retirou do ar o primeiro vídeo que tinha usado um ator branco.

No Cinema, ganhou o Kikito de ouro, prêmio do Festival de Cinema de Gramado de melhor trilha sonora em 1999[7], pelo filme "Amassa que elas gostam" de Fernando Coster, e é João Cândido, o líder dos marinheiros em 1910 depondo para a posteridade em 1968, no filme "Chibata" de Marcos Manhães Marins, filme de 2015.