Internacional
Primeiro contingente da polícia queniana chega ao Haiti para missão de segurança
Aumento da violência ocorreu em fevereiro, quando grupos armados lançaram ataques coordenados na capital; gangues agora controlam pelo menos 80% da capital

O primeiro contingente de policiais quenianos que deverão liderar uma missão internacional para restaurar a segurança no Haiti, abalado pela violência de gangues, chegou nesta terça-feira a Porto Príncipe. O envio dos militares ocorre quase dois anos após o país caribenho solicitar urgentemente ajuda para conter o aumento da criminalidade.
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Um avião da companhia aérea nacional Kenya Airways pousou pouco antes das 14h GMT (11h no horário de Brasília) no aeroporto da capital haitiana – que reabriu no final de maio, depois que as ações das gangues forçaram seu fechamento por quase três meses. A aeronave decolou de Nairóbi na noite de segunda-feira, após o presidente queniano, William Ruto, ter visitado os agentes em cerimônia de despedida.
A proposta do Quênia foi enviar mil agentes policiais ao Haiti para esta missão, cuja duração inicial será de um ano – e na qual Bangladesh, Benin, Chade, Bahamas e Barbados se comprometeram a participar. A ação, contudo, é controversa, e o governo de Ruto desafiou a decisão de um tribunal que a considerou inconstitucional. Críticos também expressaram preocupação sobre o histórico de supostos abusos policiais.
O destacamento desta força foi aprovado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em outubro. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, agradeceu a Ruto pela liderança do Quênia na iniciativa. Os EUA, que disseram que o envio de tropas americanas levantaria “todos os tipos de questões que podem ser facilmente deturpadas”, concordaram em contribuir com US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) para a iniciativa.
Violência crescente
Mais de 2,5 mil pessoas foram mortas ou feridas nos primeiros três meses do ano no Haiti. O aumento da violência ocorreu em fevereiro, quando grupos armados lançaram ataques coordenados na capital argumentando que queriam derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry, que acabou renunciando. As gangues agora controlam pelo menos 80% de Porto Príncipe e das principais estradas.
— Ariel renunciou não por causa da política, não por causa das enormes manifestações de rua contra ele ao longo dos anos, mas por causa da violência praticada pelas gangues — disse Judes Jonathas, um consultor haitiano que trabalha há anos com prestação de ajuda. — A situação mudou totalmente agora, porque as gangues estão trabalhando juntas.
Segundo publicado pela Associated Press, a chegada dos quenianos marca a quarta grande intervenção militar estrangeira no Haiti. Embora alguns haitianos acolham sua chegada, outros veem a força com cautela, dado que a intervenção anterior — a missão de paz da ONU de 2004-2017 — foi marcada por alegações de abuso sexual e a introdução da cólera, que matou quase 10 mil pessoas. (Com AFP e New York Times)
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