Em um cenário onde o fenômeno religioso no Brasil se consolida como um ramo de negócio, a reportagem de Josias de Souza, colunista do UOL, revela um aspecto intrigante: certas igrejas transformaram-se em verdadeiros paraísos fiscais a serviço de seus controladores. A Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada pelo autoproclamado apóstolo Valdemiro Santiago, é um exemplo emblemático dessa realidade.

A reportagem destaca que essas instituições vivem do comércio de um único produto que dispensa a formação de estoque e é inauditável: a mediação entre Deus e o ser humano. No caso de Valdemiro Santiago, a exploração do mercado de massa da fé mostra-se uma experiência bastante lucrativa. Mesmo enfrentando centenas de ações judiciais de cobrança, a Igreja Mundial do Poder de Deus continua a prosperar, enquanto seu fundador desfruta de uma vida luxuosa, com uma renda milionária e um patrimônio que inclui desde mansões até aviões.

Josias de Souza observa que Valdemiro é apenas uma parte de uma engrenagem religiosa maior. Em tempos passados, líderes midiáticos religiosos buscavam proximidade com os poderosos para jantar ao lado deles. Hoje, essas lideranças ambicionam mais: querem ocupar o próprio poder, com alguns até almejando o Planalto. A busca pelo divino parece ser a última das preocupações nesse contexto. Enquanto Jesus Cristo pregava o amor, figuras como Valdemiro Santiago pedem aos seus fiéis: paguem!

Essa dinâmica reflete um quadro onde a fé se entrelaça com a fortuna, e o discurso religioso muitas vezes se torna uma ferramenta para a arrecadação financeira. A reportagem de Josias de Souza lança luz sobre um aspecto polêmico da religião moderna no Brasil, levantando questões sobre a verdadeira motivação por trás de algumas lideranças religiosas e o impacto disso na sociedade.