Esportes
Pagamentos que levaram a rompimento de patrocinadora com Corinthians tiveram investigação particular; Polícia mira possível lavagem de dinheiro
Pagamentos suspeitos de intermediadora a uma outra empresa levaram a investigação na esfera criminal em São Paulo

A crise que o Corinthians vive na temporada passa também pelos agitados bastidores do clube. Neste domingo, o programa Fantástico, da TV Globo, mostrou detalhes da investigação de suspeita de lavagem de dinheiro que levou ao rompimento do contrato da VaideBet, então patrocinadora máster, até o último dia 7. A casa de apostas, que rompeu o contrato assim que tomou ciência das transferências suspeitas, pagaria R$ 370 milhões por patrocínio até o fim de 2026 e já tinha feito o pagamento de R$ 66 milhões desde janeiro.
Segundo a investigação, o Corinthians fez dois depósitos de R$ 700 mil para a Rede Social Media Design, empresa de Alex Fernando André, conhecido com Alex Cassundé, que trabalhou na campanha de Augusto Melo, atual presidente do clube. Os valores seriam comissão por intermediar o contrato com a patrocinadora.
Só que, ainda de acordo com a Polícia Civil de São Paulo, a Rede Social Media Design fez duas transferências, de R$ 580 mil e R$ 462 mil para a conta de outra empresa, a Neoway Soluções Integradas. No endereço da Neoway (Avenida Paulista, 171), visitado pela TV Globo, não há qualquer sinal de funcionamento da empresa, o que levou os investigadores a acreditarem que se trata de um empreendimento de fachada e parte de um esquema de lavagem de dinheiro.
Advogado de Alex Cassundé, Claudio Salgado chegou a admitir ao Fantástico que houve contato entre Cassundé e a Neoway. Segundo documento obtido pelo programa, os pagamentos feitos para a Neoway estariam ligados à prestação de serviço de telemedicina, um dos ramos (saúde) em que Cassundé tem negócios.
Investigação particular
A história envolve ainda Edna Oliveira dos Santos, uma pessoa de "poucos recursos e que vive de favor", segundo o delegado, que aparece como dona da Neoway. Antes de prestar depoimento à polícia, ela foi visitada por Adriana Ramuni. Também em depoimento, Adriana diz que foi contratada por uma de investigação particular chamada Vênus para investigar a situação de Edna. Segundo indícios da polícia informados pelo Fantástico, a empresa de investigação foi contratada por Armando Mendonça, segundo vice-presidente do Corinthians.
A investigação da Polícia Civil foi além e chegou à ACJ Plataform Comercio e Serviços, que centralizaria um grupo de empresas suspeito de lavagem de dinheiro, da qual a Neoway faria parte. Ele teria recebido R$ 600 mil reais da ACJ entre novembro e fevereiro. Várias das pessoas ligadas às empresas envolvidas vivem ou circulam pelo bairro Jardim Caraminguava, em Peruíbe, município do litoral sul de São Paulo. O Fantástico não conseguiu contato com os representes da ACJ.
— A gente chegou à conclusão de que a empresa Neoway e outras empresas possivelmente coligadas a ela e talvez criadas pelo mesmo grupo criminoso, todos estejam envolvidos num grande esquema de lavagem de dinheiro, de lavagem de capitais, de ocultação de bens — explicou o delegado Thiago Correia, que diz que a investigação considera o clube como vítima.
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