Internacional
Condenado por desacato, Steve Bannon pede à Suprema Corte dos EUA que adie sua pena de prisão
Justiça ordenou que o ex-estrategista de Trump se apresentasse até 1º de julho para cumprir sentença de quatro meses em cárcere fechado, mas defesa solicita que ele aguarde recurso em liberdade
Steve Bannon, o ex-estrategista de campanha do ex-presidente americano Donald Trump, pediu à Suprema Corte dos EUA o adiamento da sua sentença de quatro meses de prisão enquanto seus advogados recorrem ao veredicto. Ele foi considerado culpado por desacatar o Congresso após desafiar uma intimação do comitê que investigava o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
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Quando Bannon, de 70 anos, foi condenado em outubro, o juiz Carl J. Nichols, que supervisionou o caso, permitiu que ele permanecesse livre enquanto recorria. No mês passado, no entanto, o ex-assessor perdeu a primeira rodada desse recurso, já que um painel de três juízes de um tribunal federal de apelações em Washington decidiu que o veredicto era adequado.
Com a derrota, no início do mês um juiz impôs que Bannon se apresentasse à Justiça até 1º de julho para cumprir a sentença inicial. O recurso da defesa contra a decisão foi negado na quinta-feira, e agora a Suprema Corte, de maioria conservadora, é a última chance do articulador de adiar sua ida à prisão.
Após a ordem do juiz em 6 de junho, Bannon falou revoltado aos repórteres do lado de fora do tribunal de Washington:
— Não há nada que possa me calar e nada que me calará. Não há prisão ou cadeia construída que vá me calar — insistiu, acrescentando em referência às eleições americanas, na qual seu aliado republicano concorre mais uma vez à Casa Branca: — Vamos vencer em 5 de novembro com uma vitória esmagadora.
Peter Navarro, outro assessor de Trump, fracassou em uma tentativa semelhante de anular sua sentença de desacato ao Congresso e e hoje cumpre sua pena na prisão.
Segundo a defesa de Bannon, ele "não tem probabilidade de fugir ou representar um perigo para a segurança de qualquer outra pessoa ou da comunidade" caso sua sentença seja adiada enquanto ele apela, afirmou um documento divulgado nesta sexta-feira.
Enquanto busca uma decisão favorável na Justiça, Bannon tem feito diversas declarações públicas alertando que adversários de Trump serão presos caso o republicano seja eleito para a Casa Branca em novembro.
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Em um episódio recente do seu podcast War Room, Bannon disse as agências federais seriam "expurgadas" sob Trump e que o promotor público de Manhattan, Alvin Bragg, que liderou o esforço para condenar o ex-presidente por falsificar registros comerciais envolvendo o suborno da ex-atriz pornô Stormy Daniels, também seria "preso".
Trump, de fato, tem sugerido repetidamente que poderia se vingar de seus desafetos caso saia vitorioso em novembro. Em declarações recentes, Trump prometeu "retribuição" a seus apoiadores e disse que "às vezes a vingança pode ser justificada".
— Veja bem, quando esta eleição terminar, com base no que eles fizeram, eu teria todo o direito de ir atrás deles, e seria fácil porque se trata de Joe Biden — disse o ex-presidente no início deste mês.
Após a campanha bem-sucedida de 2016, Bannon foi o principal estrategista político de Trump na Casa Branca durante os primeiros sete meses de seu governo e deixou o cargo devido a supostos conflitos com outras autoridades seniores.
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Seu nome apareceu diversas vezes ao longo dos meses de trabalho da comissão da Câmara, que teve início em 2021, para investigar o ataque ao Capitólio e ganhou destaque quando foram citadas evidências de que tinha conhecimento prévio dos planos de invasão.
Na véspera do ataque, ele conversou por 11 minutos com Trump, e logo depois participou de um programa de entrevistas na internet, onde afirmou que “todo o inferno vai acontecer amanhã”, se referindo ao protesto convocado pelo presidente para questionar sua derrota na eleição de novembro de 2020.
Outro ponto levantado pelos deputados foi uma conversa por telefone entre Bannon e Trump, no dia 30 de dezembro de 2020, quando o estrategista político pediu ao então presidente que concentrasse seus esforços “no 6 de janeiro”, dia em que o Congresso certificaria os resultados da eleição.
Depois que a comissão abriu seus trabalhos, Trump pediu a seus aliados mais próximos que não cooperassem com os deputados, apelando para uma ferramenta conhecida como “privilégio executivo”, que permite tornar sigilosas determinadas informações por questões de segurança nacional — a comissão rejeitou o argumento alegando que Bannon não tinha funções oficiais na Casa Branca desde 2017.
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