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Leptospirose: procura por exames aumenta 40% em rede de laboratórios do RS; conheça os sintomas da infecção
Dados do Lab-to-Lab Pardini também mostram crescimento na taxa de positividade; doença pode ser transmitida por longos períodos em água contaminada

Não bastasse a enchente história, os efeitos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul continuam aparecendo. Um levantamento realizado pelo Lab-to-Lab Pardini, unidade de negócio do Grupo Fleury líder no serviço de terceirização de exames para pequenos e médios laboratórios, mostrou um aumento de 40% na demanda por exames de leptospirose no mês de maio, em comparação com o mesmo período do ano passado.
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Segundo dados da rede, que realiza testes para quase 500 laboratórios no estado do RS, o volume de testes realizados em abril e maio deste ano já representam quase 25% do volume total de testes para leptospirose realizados em todo o ano de 2023, sendo que a procura pelos exames para diagnóstico de leptospirose foi maior em maio de 2024 do que nos últimos 17 meses. Também houve crescimento na taxa de positividade para os testes da doença. Enquanto em todo o ano de 2023 essa taxa ficou em 12%, neste ano, ela já chega a 17%.
Dados do último informe epidemiológico da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul mostram que já foram notificados 5.501 casos da doença no estado, dos quais 363 foram confirmados, 1.535 descartados e 3.600 permanecem em investigação. Também já foram confirmados 21 óbitos por leptospirose e seis estão em investigação.
Os casos estão relacionados com as enchentes que atingem várias cidades gaúchas. A doença é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos, infectados pela bactéria leptospira. Sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.
O período de incubação pode variar de 1 a 30 dias e, normalmente, ocorre entre 5 a 14 dias após ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto.
A infectologista Melissa Valentini, do Grupo Fleury, explica que procurar atendimento médico assim que os sintomas aparecerem é fundamental para ter um desfecho positivo para a doença. Nos casos mais graves, o risco de letalidade da leptospirose pode chegar a 40%. Mas isso pode ser drasticamente reduzido com o diagnóstico e início precoce do tratamento.
— Estar atento aos sintomas e começar o trátamento o mais rapido possível muda o desfecho da doença — afirma Valentini.
Sintomas da leptospirose
Segundo a médica, o tratamento, feito com antibióticos, deve ser iniciado na primeira semana de sintomas. Os principais são:
Quadro febril agudo;
Dor muscular;
Dor nos olhos;
Dor nas panturrilhas;
Calafrio;
Manchas pelo corpo
Olhos vermelhos
Numa fase mais avançada, pode haver hemorragia.
A médica ressalta que os sintomas iniciais da infecção são comuns a outras doenças infecciosas que também estão em circulação no país, como dengue, zika, chikungunya e Covid-19. Por isso, é fundamental procurar um serviço de saúde assim que esses sintomas aparecerem, para que o médico possa fazer o diagnóstico correto.
Além disso, embora estejam disponíveis exames laboratoriais, a recomendação é não esperar o resultado desses exames para iniciar o tratamento. O diagnóstico inicial deve ser feito com base no quadro clínico associado ao histórico de vida do paciente.
Para prevenir a doença, a recomendação é usar proteção como botas, luvas, óculos e calças impermeáveis quando tiver contato com enchente. Se isso não for possível, ter o menor tempo possível de exposição. Importante ter cuidado também no momento da limpeza das casas e objetos que ficaram embaixo d'água.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que empresas da área de saneantes elaborem material informando à população sobre a eficácia de alguns “desinfetantes para uso geral”, no combate à bactéria causadora da leptospirose.
A medida vale apenas para produtos que contenham um dos seguintes princípios ativos: quaternário de amônio, ortofenilfenol ou hipoclorito de sódio. De acordo com agência, "embora não seja obrigatória a comprovação da eficácia dos desinfetantes para uso geral contra a bactéria Leptospira, constata-se que esta bactéria tem estrutura semelhante às demais bactérias comprovadas. Além disso, a literatura científica evidencia que os princípios ativos quaternário de amônio, ortofenilfenol e hipoclorito de sódio são eficazes contra a bactéria causadora da leptospirose”.
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