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Ferrugem comemora dez anos de carreira quebrando recordes e investe em produção e na família: ‘Sou zero poliamor’

Artista lançou 11 músicas nas plataformas digitais e um especial comemorativo gravado em São Paulo

Agência O Globo - 21/06/2024
Ferrugem comemora dez anos de carreira quebrando recordes e investe em produção e na família: ‘Sou zero poliamor’

Os instrumentos pelo ambiente, a mesa de som potente e softwares de produção musical deixam claro que a reportagem do GLOBO foi recebida por Ferrugem (Jheison Failde de Souza) e sua equipe num estúdio. Mesmo sendo um ambiente de trabalho, a sala ampla, iluminada, com sofás confortáveis e portas de vidro com vista para um jardim, é capaz de fazer as pessoas se sentirem em casa — a ideia é essa. Ali, o cantor, que comemora dez anos de carreira, passa boa parte de seu tempo, leva as filhas com ele e se diverte fazendo o que mais gosta.

— Se eu pudesse, ficava todo dia no estúdio — diz.

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Foi nesse ambiente familiar que nasceram as 11 músicas inéditas que compõem parte do projeto “Ferrugem 10 anos”. No total, são 38 canções divididas em dois volumes e uma versão deluxe que chegam em formato audiovisual. O volume I já está disponível nas plataformas digitais desde abril e bateu o recorde de maior número de pré-saves nos streamings de áudio (as pessoas salvaram o álbum antes de ser lançado) para um disco de pagode, o segundo volume chegou em maio e o deluxe ainda está sem data prevista. O especial comemorativo, gravado em São Paulo, traz ainda parcerias de nomes como Sorriso Maroto e Péricles.

— Sentimos a necessidade de gravar algo grandioso, bacana. Gravamos 100% ao vivo e saiu o projeto mais marcante que conseguimos — diz Ferrugem, acrescentando por que escolheu São Paulo sendo nascido e criado em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. — Fiquei mais ou menos um ano e meio em São Paulo, conheci todos os bares que vocês possam imaginar na cidade, alguns já até fecharam, e foi um período de muito aprendizado, não só musicalmente, mas de vida, porque fiquei sozinho um tempão num hotel. Aprendi muita coisa, conheci muita gente, então precisava dizer “muito obrigado” a São Paulo.

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Filho de caminhoneiro, Ferrugem conta que sempre ouviu muito sertanejo por influência do pai, mas se encontrou mesmo no pagode. Com cerca de 13 anos começou a trabalhar com música, a troco de “pizza e guaraná”, brinca ele, mas já naquela época encarava cada apresentação como profissional. Enquanto se aperfeiçoava, chegou a ajudar a mãe a vender doce, vendeu jornal no sinal, mas o foco mesmo era tocar na noite. Aos 25 anos, ganhou destaque na cena carioca com “Climatizar” e, em 2017, lançou a música que o deixaria conhecido no Brasil inteiro, “Pirata e tesouro”. “Tem casal que expõe tanta foto na rede e não é de verdade/ Tem casal que se ama demais e preserva sua intimidade/Eu ainda acredito na boda de prata e na boda de ouro/Tem amor que é pirata, tem amor que é tesouro”, canta em trecho.

Preocupação em magoar alguém

Casado desde 2018 com Thais Vasconcelos e pai de três meninas, Ferrugem diz que prefere ser discreto quando o assunto é a vida pessoal. Prefere compartilhar mais o trabalho nas redes sociais — só no Instagram são mais de nove milhões de seguidores. Ainda assim, isso não impede que seu nome vez ou outra apareça em alguma polêmica. A mais recente envolvia Ludmilla, com quem garante ter se resolvido no “privado”.

— A minha maior preocupação, quando acontece alguma coisa que pode magoar alguém, é resolver com a pessoa. Foi o que eu fiz com a Ludmilla, fui lá, resolvi e está tudo certo e na paz entre a gente. De resto, eu não ligo, não, deixa rolar. Se estão falando de mim é porque eu tenho alguma relevância no país com meu trabalho — expõe o artista de pagode, que garante não ter dificuldades em se arrepender, pedir desculpas e demonstrar vulnerabilidade e se considera um “chorão”.

De sentimentos ele fala bem. Assim como “Pirata e tesouro”, muitas das músicas do artista têm uma pitada de romance, na sofrência ou no final feliz, e a inspiração vem da vida real, em que ele garante prezar pelo romantismo.

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Mesmo acreditando na “boda de prata e na boda de ouro”, Ferrugem lançou músicas recentemente com uma pitada de amor moderno. “Me bloqueia” e “Apaguei para todos” brincam com a facilidade e liquidez dos relacionamentos construídos e vividos por meio das redes sociais.

— Acho que amor da vida só tem um. Deus não vai te dar três, quatro amores na vida. É opção de cada um, claro, mas eu sou zero poliamor, meu poliamor sou eu com minha esposa e minhas filhas (risos). É tão difícil hoje em dia você viver um relacionamento sério, então, quando dá certo, acho que tem que valorizar e manter da melhor forma possível. A internet pode evoluir o quanto quiser, mas a verdade é uma só e não vai mudar nunca. Amor é baseado no respeito, no carinho, na identificação, na paixão… Isso são coisas que estão aí desde que o mundo é mundo — opina ele, orgulhoso quando fala das filhas e de sua evolução ao ser pai de três meninas. — Minha visão de mundo ficou mais abrangente. Estou cercado de sabedoria, mulher é mais inteligente que homem, isso é fato. Viver nesse universo feminino me faz aprender muito.

Do pagode aos beats de rap

Ele carrega todo mundo junto com ele nas turnês e shows sempre que pode e faz planos para daqui a uns anos diminuir o ritmo de apresentações. Ferrugem começou até a investir na produção musical, já faz trabalhos para outros artistas e se engana quem pensa que o foco é o pagode: ele gosta mesmo de fazer beats de rap. O visual ele já sustenta — ao receber o GLOBO, estava de boné com aba reta, corrente, camisa e bermudas largas:

— Estou bem apaixonado por produzir. Faço em casa, tenho minha salinha lá, e às vezes venho para cá, fico o dia inteiro. Essa vivência de estúdio chama muito a minha atenção.