A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que empresas da área de saneantes elaborem material informando à população sobre a eficácia de alguns “desinfetantes para uso geral”, no combate à bactéria causadora da leptospirose.

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A medida vale apenas para produtos que contenham um dos seguintes princípios ativos: quaternário de amônio, ortofenilfenol ou hipoclorito de sódio. A divulgação também só pode ser feita no estado do Rio Grande do Sul, durante a vigência da calamidade pública de 1º de maio de 2024.

Medida é tomada com a probabilidade de as chuvas retornarem ao estado no final de semana. Estima-se que os volumes acumulados de chuva devem chegar a 200 milímetros até terça-feira (18). A Defesa Civil afirmou que já está articulando, junto às prefeituras, a adoção de medidas preventivas.

No Brasil, para a regularização dos desinfetantes para uso geral (que podem ser adquiridos por qualquer usuário), as empresas devem demonstrar que os produtos são eficazes contra os microrganismos (bactérias) de referência para essa categoria: Salmonella enterica subsp. enterica serovar choleraesuis e Staphylococcus aureus.

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“Embora não seja obrigatória a comprovação da eficácia dos desinfetantes para uso geral contra a bactéria Leptospira, constata-se que esta bactéria tem estrutura semelhante às demais bactérias comprovadas. Além disso, a literatura científica evidencia que os princípios ativos quaternário de amônio, ortofenilfenol e hipoclorito de sódio são eficazes contra a bactéria causadora da leptospirose”, informou a agência.

Dessa forma, a Anvisa decidiu autorizar, excepcionalmente, que as empresas façam uso de material promocional sobre a eficácia desses produtos.

Leptospirose

A contaminação com a bactéria Leptospira, responsável pela doença, é transmitida através da pele — especialmente se esta estiver com lesões abertas — a partir da exposição direta ou indireta à urina de ratos ou outros animais contaminados.

Em caso de enchentes, como na situação atualmente enfrentada pelo Rio Grande do Sul, as pessoas podem ser infectadas com a bactéria ao manterem contato com água ou lama da enchente, pela ingestão de água não tratada, ou durante a própria limpeza de lama, entulhos e esgotos, quando não houver o devido cuidado, como o uso de luvas e botas.

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A infecção é considerada febril aguda, ou seja, provoca febre alta e tem, de acordo com o Ministério da Saúde, um risco de letalidade de 40% nos casos mais graves.

Sintomas da leptospirose

A primeira fase dos sintomas dura cerca de 3 a 7 dias, a segunda . Os principais da fase precoce são:

Febre

Dor de cabeça

Dor muscular, principalmente nas panturrilhas

Falta de apetite

Náuseas/vômitos

Em casos leves, o atendimento é ambulatorial, já os mais graves exigem hospitalização imediata.

Sintomas em casos graves:

Síndrome de Weil: tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias;

Síndrome de hemorragia pulmonar: lesão pulmonar aguda e sangramento maciço;

Comprometimento pulmonar que causa tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica;

Síndrome da angustia respiratória aguda (SARA);

Manifestações hemorrágicas: pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central.