Internacional
Submarino nuclear dos EUA chega a Cuba um dia após navios de guerra russos atracarem em Havana
Autoridades cubanas e de Washington afirmam que iniciativa não representa ameaça, embora analistas falem em tentativa de Moscou de demonstrar força em meio à guerra na Ucrânia

Um submarino de propulsão nuclear dos Estados Unidos chegou a Cuba, informou o Pentágono nesta quinta-feira, um dia depois de quatro navios de guerra russos, incluindo um submarino também movido a energia nuclear, atracarem em Havana para uma visita incomum à ilha comunista. Tanto Havana quanto Washington afirmam que a iniciativa não representa uma ameaça, embora tenha sido amplamente interpretada por analistas como uma tentativa de Moscou de demonstrar força à medida que aumentam as tensões devido ao apoio militar do Ocidente à Ucrânia na guerra com a Rússia.
"O submarino de ataque rápido 'USS Helena' está na Baía de Guantánamo, Cuba, como parte de uma visita de rotina ao porto", disse o Comando Sul dos EUA em uma mensagem nas mídias sociais, referindo-se à base naval americana na ilha. "A localização e o trânsito da embarcação foram pré-planejados.
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O submarino russo de propulsão nuclear Kazan, que Cuba diz não estar transportando armas nucleares, chegou a Havana na quarta-feira, acompanhado da fragata Almirante Gorshkov, bem como por um navio petroleiro e um rebocador de salvamento, depois de realizarem exercícios no Atlântico.
Esta não é a primeira vez que a Rússia envia seus navios de guerra ao Caribe. No entanto, a visita desta semana ocorre após Putin criticar a entrega de armas de longo alcance pelo Ocidente à Ucrânia, e argumentar que a Rússia poderia fornecer armas semelhantes a outros países para atacar alvos ocidentais em resposta. Ele disse, na semana passada, que a ação por parte dos aliados ocidentais poderia minar ainda mais a segurança internacional e levar a problemas muito sérios, ainda que tenha declarado não ter intenção de atacar países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos EUA.
A visita também é realizada um mês após o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, desejar sucesso a Moscou na guerra contra a Ucrânia. Na ocasião, Díaz-Canel condenou a “manipulação geopolítica” dos Estados Unidos e a “ameaça da Otan de se aproximar das fronteiras” russas. A relação política entre esses dois antigos aliados da Guerra Fria se revitalizou desde novembro de 2022, quando Díaz-Canel se reuniu em Moscou com Putin, que considera a relação com a ilha “estratégica”.
As Forças Armadas dos EUA dizem que monitoram de perto a presença dos navios russos, mas que eles não representam uma ameaça direta. Durante a Guerra Fria, a instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha desencadeou a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962, quando Washington e Moscou chegaram perto de um confronto aberto.
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