Internacional

Lula condena ataque contra premier da Dinamarca; indícios iniciais apontam para crime sem motivação política

Presidente brasileiro se manifestou sobre ataque realizado na sexta-feira; homem de 39 anos foi preso

Agência O Globo - 08/06/2024
Lula condena ataque contra premier da Dinamarca; indícios iniciais apontam para crime sem motivação política
Lula - Foto: Reprodução / internet

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade, neste sábado, à primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, atacada por um homem em uma praça de Copenhague, na sexta-feira, dias antes da abertura do pleito eleitoral do Parlamento europeu no país.

Contexto: Primeira-ministra da Dinamarca é agredida em Copenhague dois dias antes da eleição para Parlamento europeu

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"Quero expressar minha solidariedade à primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, que foi atacada em uma praça de Copenhague dias antes do pleito eleitoral do Parlamento europeu. Não podemos permitir que comportamentos criminosos como este, que colocam em risco a vida das pessoas por mera discordância política, sejam a regra no mundo. Do Brasil, estendo minha solidariedade à Mette Frederiksen e todo povo dinamarquês", afirmou o presidente em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Frederiksen, de 46 anos, caminhava por uma rua de Copenhague quando recebeu um “forte empurrão”, na sexta-feira. O suspeito, um homem de 39 anos com nacionalidade polonesa, foi detido em flagrante e um juiz decidiu neste sábado que ele permanecerá em prisão preventiva até o dia 20 de junho. A hipótese de crime político, ao menos inicialmente, foi afastada pelas autoridades.

— A nossa principal hipótese é que não há motivação política. Mas isto é algo que a polícia irá investigar — disse o promotor Taruk Sekeroglu, após a audiência em um tribunal nos arredores da capital. O promotor afirmou que o suspeito foi acusado de violência contra funcionário público e que havia risco de fuga.

Duas testemunhas disseram ao jornal dinamarquês BT que viram Frederiksen chegar a uma praça no centro de Copenhague pouco antes das 18h (13h de Brasília) de sexta. O homem teria ido na direção dela, dando-lhe um forte empurrão nas costas, fazendo com que ela tropeçasse para o lado, sem cair. O agressor foi descrito como um homem alto e magro, que tentou fugir rapidamente após o ataque. Ele foi imobilizado no chão por vários homens vestidos de terno.

Durante a audiência, o Ministério Público apresentou a declaração de um médico que descreveu o suspeito como uma pessoa desequilibrada e que agiu sob efeito de alguma substância, noticiou a mídia local.

A líder social-democrata sofreu uma ligeira entorse cervical. Em uma publicação no Instagram, ela disse que estava “bem”, embora “triste e abalada” com o ocorrido e precisando de “paz” e “tranquilidade”.

A agressão ocorreu às vésperas das eleições para o Parlamento Europeu, nas quais os dinamarqueses são chamados a votar no domingo (9) para eleger 15 deputados. De acordo com as pesquisas, o Partido Social-Democrata de Frederiksen está em boa situação para manter os três assentos que possui.

'Ato vil'

Vários líderes europeus denunciaram este ataque, que ocorre três semanas depois de o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, ter sofrido uma tentativa de assassinato a tiros que o obrigou a votar neste sábado do hospital onde está internado. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou o “ato vil”, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou um ataque “inadmissível”.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pediu na sexta-feira que Frederiksen “seja forte” e escreveu em uma mensagem na rede social X que "a violência não tem lugar na política".

O incidente também ocorreu depois de vários políticos de diferentes correntes terem sido atacados na Alemanha, em meio a suas atividades habituais ou durante a campanha para as eleições europeias. (Com AFP)