Economia
Alta do PIB é resultado de precatórios e mais crédito, mas desaceleração é esperada pela Fazenda
Ministério ressalta que elevação dos números se destaca no setor de serviços. Tragédia no RS pode derrubar índices nos meses seguintes

A elevação do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,8% no primeiro trimestre de 2024 foi sentida, principalmente, no setor de serviços, apontando para a importância do consumo das famílias na economia, que voltou a crescer pela demanda. O Ministério da Fazenda destaca o aumento do poder de compra, impulsionado pelo acesso maior ao crédito e o pagamento de precatórios.
“Comparativamente às expectativas para o crescimento na margem, destacou-se o crescimento acima do esperado do PIB de serviços, repercutindo a expansão da massa de rendimentos, das concessões de crédito e o pagamento de precatórios. Avanços expressivos foram verificados para atividades de informação e comunicação e imobiliárias, para o comércio, para os transportes e para outras atividades de serviços, relacionadas a serviços prestados às famílias”, disse a pasta em nota.
O Ministério do Planejamento e Orçamento decidiu, no início deste ano, antecipar para o mês de fevereiro todo o pagamento de precatórios estimado para este ano. Com isso, cerca de R$ 30,1 bilhões foram injetados na economia.
– Seguimos acima da média e na direção correta. Está em linha com o que a gente apresentou no segundo relatório bimestral e com um resultado primário acima do esperado. O esforço tem sido no sentido de atingir equilíbrio fiscal ainda em 2024 – afirmou o ministro em exercício da Fazenda, Dario Durigan.
A Fazenda também destacou o crescimento abaixo do esperado para o PIB da indústria. A pasta avalia que as indústrias extrativistas e de construção foram as que sofreram maior retração.
“No caso da indústria, a variação interanual desacelerou de 2,9% no quarto trimestre de 2023 para 2,8% no primeiro trimestre de 2024. A desaceleração repercutiu o menor ritmo de expansão da indústria extrativa e da produção de eletricidade e gás, em contrapartida à aceleração observada para a indústria de transformação e construção”, afirmou.
A agropecuária também teve melhora como consequência do aumento do consumo e pela ótica da oferta. Em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, o setor agropecuário registrou alta de 11,3%, ante recuo de 7,4% no quarto trimestre de 2023.
Desaceleração
O Ministério da Fazenda destaca que apesar da recuperação observada, a expectativa é de desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, na esteira da tragédia e situação de calamidade no Rio Grande do Sul. A agropecuária e a indústria de transformação devem ser especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado do que no PIB nacional.
– A situação no Rio Grande do Sul nos preocupa, principalmente a arrecadação nos meses de maio e junho. Mas as medidas de apoio do governo e do Congresso [nos levam a] ver a recuperação do estado acima da média nacional – disse Dario Durigan.
No setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades de serviços também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos.
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