Economia
PIB volta a acelerar e cresce 0,8% no primeiro trimestre, aponta IBGE

A economia brasileira voltou a acelerar nos primeiros três meses do ano, após dois trimestres seguidos no campo da estabilidade. O Produto Interno Bruto ( PIB) cresceu 0,8% no primeiro trimestre, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira.
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Estimativas apontavam para ata de 0,7%, segundo mediana das projeções compiladas pela Bloomberg.
A combinação de queda dos juros, mercado de trabalho pujante, pagamentos de precatórios e reajuste de benefícios vinculados ao salário mínimo ajudou a impulsionar a renda e, consequentemente, o consumo das famílias. Pelo lado da demanda, este foi um dos principais motores do PIB no primeiro trimestre.
Pelo lado da oferta, o crescimento foi mais disseminado. O bom desempenho da agricultura no primeiro trimestre, a despeito de uma alta menos intensa do que a observada no mesmo período do ano passado, puxou o resultado do PIB para cima.
Também contribuíram as altas registradas no comércio e no setor de serviços.
Impacto das enchentes no RS no PIB
Economistas estão atentos, contudo, aos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a atividade econômica. Já são esperados efeitos negativos no segundo trimestre, embora a perspectiva seja de um "rebote" parcial no terceiro trimestre, com a reconstrução da região até o final do ano.
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De forma imediata, as enchentes impedem as pessoas de consumir, interrompem a produção de fábricas e a prestação de serviços, provocam a perda de maquinário e estoques e inviabilizam a produção agrícola.
Numa segunda onda de efeitos, afeta a produção de empresas de outros estados, que dependem de insumos fabricados no Rio Grande do Sul. É o caso do setor automotivo, com destaque para peças e componentes, da indústria moveleira e das confecções. R
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Juros elevados por mais tempo
Outro ponto no radar dos analistas é a perspectiva de uma política monetária mais restritiva por mais tempo do que o previsto, o que deve restringir parte do consumo nos trimestres seguintes.
Para Luís Otávio Leal, economista-chefe da gestora G5 Partners, embora as estimativas iniciais apontem um impacto negativo de poucos décimos de pontos percentuais das enchentes no Rio Grande do Sul no crescimento econômico de 2024, a tragédia climática contribuiu para uma mudança nas perspectivas para a economia este ano.
Nos primeiros meses, após sucessivas revisões para cima nas projeções de crescimento ao longo do ano passado, o cenário de boa parte dos economistas era de uma atividade econômica em ascensão, que poderia crescer até em torno de 2,5%, puxado pelo consumo das famílias.
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Segundo Leal, parte desse cenário incluía a perspectiva de que, no segundo semestre deste ano, juros menores impulsionaram o crédito para o consumo e investimentos. Nas últimas semanas, porém, essa visão sobre o impulso vindo de juros menores mudou.
– Até março, a perspectiva era de Selic (a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, hoje em 10,5% ao ano) a 9% no fim do ano. Agora, (a projeção) está em 10,25%. Haverá menos impulso para a demanda via crédito – afirmou Leal.
Economistas vêm explicando que a mudança sobre o que esperam da política monetária passa tanto por uma alteração nos próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que vem indicando que adiará uma queda nos juros por lá, quanto por novos sinais de desequilíbrio nas contas do governo. Os dois fatores atuam na mesma direção, de impedir uma queda maior nos juros por aqui, disse Leal.
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