Geral
‘Deixei deliberadamente uma tênia viver em meu intestino por dois meses', afirma apresentador de TV; veja relato
A ideia do experimento, segundo ele, era ver qual impacto a tênia teria no sistema imunológico

O apresentador de TV, Michael Mosley se infectou deliberadamente com algumas tênias, um tipo de parasita, para ver o que aconteceria com o seu corpo. Segundo ele, há evidências crescentes de que este tipo de verme poderia ser a chave para reduzir inflamação crônica, demência e até mesmo câncer.
“Pesquisas recentes demonstraram que a infecção por uma tênia pode prolongar a vida de um animal. Dito isto, eu não recomendaria isso, até porque ser infectado por tênias pode ter uma desvantagem considerável”, escreveu em artigo publicado no Daily Mail.
A ideia do experimento, segundo ele, era ver qual impacto a tênia teria no sistema imunológico. “Ao contrário das tênias dos porcos, as das vacas parecem ser relativamente benignas e não vão a lugares onde realmente não deveriam, como o cérebro”, diz.
Mosley, para se infectar, precisou viajar ao Quênia, encontrar uma vaca infectada e depois engolir alguns cistos formados pelos embriões das tênias. Nas oito semanas seguintes, os cistos “eclodiram” e as tênias agarraram-se ao intestino do homem e começaram a crescer.
“Enquanto isso acontecia, pesquisadores da Universidade de Salford monitoraram meu sangue e puderam ver que as tênias estavam ajudando a diminuir minha resposta imunológica. Caso contrário, não me senti diferente nem perdi peso (a dieta da tênia não funciona). Depois de dois meses, engoli uma câmera de comprimidos para filmar os vermes – que já tinham vários metros de comprimento e se contorciam alegremente em meu intestino”, explica.
Mosley disse ainda que se arrependeu de ter tomado medicamento para matá-las.
“O que vimos nesta experiência foi o potencial imuno-calmante dos vermes parasitas – algo que está a ser aproveitado pelos cientistas para tratar uma série de condições, desde a doença de Crohn e colite ulcerosa até eczema, asma, alergias e até esclerose múltipla (EM). Embora ainda seja cedo, houve alguns resultados promissores”, afirma.
Outros casos
Em um estudo da Universidade de Nottingham, publicado em 2020 na revista Neurology, 71 pacientes com EM recorrente-remitente (onde os sintomas pioram, seguidos de períodos de recuperação) receberam uma dose de larvas de ancilostomídeos – cerca de 25 deles – administradas através de um gesso colado nos braços ou um gesso placebo. A ideia da pesquisa era verificar se a infecção pelos vermes diminuiria a resposta imunológica.
Embora os vermes não tenham melhorado significativamente os seus sintomas, nem tenham feito uma diferença visível nos danos nervosos existentes, levaram a um aumento nas células T “reguladoras” no sangue do paciente – estas ajudam a manter o sistema imunitário sob controle.
Num outro pequeno estudo, cientistas do Instituto Malaghan de Pesquisa Médica, na Nova Zelândia, infectaram pacientes que tinham a doença de Crohn (uma forma de doença inflamatória intestinal) com ancilostomídeos para tentar manter os sintomas sob controle.
Ao longo de um ano, 40% dos pacientes permaneceram em remissão (sem surtos), informou o jornal Inflamatory Bowel Diseases em junho passado.
Entretanto, nos dois casos, novos estudos são necessários para conclusão de resultados.
Mais lidas
-
1FLAGRANTE
Imagens mostram viatura da PM imprensando menor em meio fio; veja vídeo de câmeras de segurança
-
2TRAGÉDIA
Polícia é acusada nas redes sociais de executar menor em Palmeira dos Índios durante perseguição
-
3INTERNAÇÃO
Bolsonaro pode ter alta hospitalar neste domingo
-
4CIDADE EM CHOQUE
Morte de Lincoln Gabriel: vídeos mostram possibilidade de execução do menor
-
5PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Em nota, PM afirma que jovem Lincoln atirou contra guarnição, mas que irá apurar a atuação policial