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‘Megalópolis’ de Francis Ford Coppola: o que sabemos até agora
Financiado pelo próprio Coppola, o projeto de US$ 120 milhões ganhou manchetes pela filmagem supostamente caótica

“Megalópolis”, o primeiro filme do diretor Francis Ford Coppola em 13 anos, foi apresentado no Festival de Cinema de Cannes nesta quinta-feira (16). Financiado pelo próprio Coppola, o projeto de US$ 120 milhões ganhou manchetes pela filmagem supostamente caótica, alegações de má conduta e dúvidas sobre as perspectivas comerciais do filme.
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Mas com o que exatamente estamos lidando aqui? Agora que vi “Megalópolis”, deixe-me tentar responder às perguntas que você possa estar fazendo.
Sobre o que é “Megalópolis”?
Qualquer tentativa de resumir “Megalópolis” impõe mais narrativa ao filme do que ele realmente contém, mas vamos tentar. Adam Driver interpreta Cesar Catalina, um arquiteto visionário que ousa perguntar: e se uma grande cidade fosse construída com um vestido de Iris Van Herpen? Como costuma acontecer com grandes homens retratados em filmes, ele é assombrado por visões de uma esposa morta, enquanto se apaixona por Julia (Nathalie Emmanuel), filha de Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito), prefeito da cidade às vezes chamada de Nova Roma, mas lembra Nova York.
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Cícero despreza Catalina por seu idealismo imprudente e se torna um dos muitos personagens que tentam colocar o arquiteto sob controle. Outros rivais incluem Clodio (Shia LaBeouf), um playboy que virou político, e Wow Platinum (Aubrey Plaza), uma repórter de finanças determinada a se deitar ou conspirar contra todos os homens poderosos ao seu redor.
Calma, o nome dela é Wow Platinum?
Sim, você leu corretamente.
Qual é o tom do filme?
Apesar do grande orçamento, dos enormes cenários e das cenas repletas de efeitos especiais, “Megalópolis” encontra Coppola no mesmo modo de cineasta experimental de seus dois filmes mais recentes: “Tetro” (2009) e “Virgínia” (2011). Poucas cenas são filmadas ou editadas de maneira convencional: Coppola emprega telas divididas, técnicas de projeção e montagem artística à vontade, e o ritmo de qualquer sequência pode mudar conforme o capricho dele.
É verdade que o filme ainda não tem previsão de lançamento?
Coppola ainda não conseguiu encontrar um estúdio para lançar o filme e os motivos são claros: “Megalópolis” provavelmente vai confundir e dividir o grande público. Não há dois atores que sigam o mesmo tom de interpretação, e o resultado é uma mistura de estilos com algumas escolhas equivocadas que fizeram parte da plateia no festival rir, incrédula. Alguns diálogos são totalmente impenetráveis, e Coppola frequentemente interrompe a ação com cenas de extras tão longas que você tem certeza que está olhando para algum parente dele.
O diretor pretende garantir um amplo lançamento para “Megalopolis” que inclua cinemas IMAX, mas o filme representará um desafio para qualquer distribuidor.
Que polêmicas cercam “Megalópolis”?
Uma reportagem do "Guardian" citou fontes anônimas que descreveram uma filmagem caótica de “Megalópolis”. Também alegaram que Coppola tentou beijar algumas figurantes que apareceram em uma cena de boate. Questionado sobre essas acusações, o coprodutor executivo Darren Demetre disse ao "Hollywood Reporter" não ter conhecimento de quaisquer queixas de assédio feitas durante a produção, mas reconheceu que Coppola “caminhava pelo set para estabelecer o espírito da cena dando abraços e beijos gentis” na bochecha do elenco e dos figurantes.
O próprio Coppola não abordou as acusações, embora deva ser questionado sobre elas na entrevista coletiva do filme em Cannes, na sexta-feira.
Vale notar que, no filme, o protagonista se vê envolvido em seu próprio escândalo sexual: Catalina é pego na cama com uma estrela pop de 16 anos, mas acaba absolvido pelo público quando se descobre que ela tem na verdade 23 anos e estava mentindo sobre sua idade.
O filme tem chances no Oscar?
Bem, a direção de arte é bastante impressionante. E certamente há muitos efeitos especiais. Coppola tem cinco Oscars (direção, roteiro e melhor filme por "O Poderoso Chefão II", e roteiro por "O Poderoso Chefão" e por "Patton") e deve conquistar a admiração na Academia simplesmente por financiar ele mesmo o filme. Mas é difícil imaginar “Megalópolis” entrando em qualquer uma das categorias principais.
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