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Ícones dos anos 90, Kevin Costner, Demi Moore e Richard Gere voltam a cena em Cannes
Estrelas de filmes como 'O guarda-costas', 'Ghost' e 'Uma linda mulher', passaram anos fora de um dos principais festivais de cinema do mundo

Kevin Costner, Demi Moore e Richard Gere foram alguns dos principais nomes de Hollywood a preencher as capas dos jornais e revistas do século 20, mas nos últimos anos participaram de filmes que não agregaram ao legado construído no passado e por esse motivo não chegaram perto dos principais festivais de cinema do mundo. Isso mudou em 2024, as celebridades estão de volta a Cannes.
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Demi Moore
As últimas aparições em Cannes da atriz de 61 anos foram com filmes fracos e pequenos papéis na TV no início dos anos 2000. Mas agora ela volta a desfilar no tapete vermelho com o terror slasher "The Substance", que está concorrendo ao principal prêmio do festival, a Palma de Ouro.
Em seu auge, Demi foi uma estrela global após o emocionante filme "Ghost - Do outro lado da vida", que foi co-estrelado pelo falecido Patrick Swayze, como um espírito de um empresário assassinado que cuida de sua namorada ceramista. Nele foi realizada uma das cenas mais famosas dos longametragens: o momento em que ele ajuda a moldar argila em uma cena sobrenatural e ofegante.
No filme, com um visual andrógino e destacando o uso de jardineira, ela ajudou a definir o estilo dos anos 1990, em seguida, Demi teve outros sucessos que definiram épocas com dramas vaporosos como "Proposta Indecente" e "Assédio sexual".
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Uma sessão de fotos de Annie Leibovitz - mostrando a barriga de grávida de Demi na capa da Vanity Fair em 1991 - foi uma ideia impressionante na época, já copiada por Beyoncé, Rihanna e outros.
Além desses filmes, Demi Moore provou sua atuação em outros longas de peso dos anos 1990, como o drama de tribunal de sucesso "Questão de honra", ao lado de Tom Cruise e Jack Nicholson.
Mas, desde a virada do século, ela esteve nas manchetes mais por sua vida pessoal do que por sua atuação. Um destaque é o seu fascínio por colecionar bonecas, ela comprou uma casa inteira para armazenar sua coleção de 2 mil brinquedos.
Além disso, sua vida amorosa também repercutiu nos tabloides e jornais. Demi formou dois casais poderosos de Hollywood, primeiro na década de 1980 com o astro de "Duro de Matar", Bruce Willis, pai de suas três filhas, e depois com Ashton Kutcher, a última união terminando em 2013. Atualmente, ela se mudou para a casa de seu ex-marido Willis para cuidar do ator após ter um diagnóstico de demência.
Kevin Costner
O ator de 62 anos conquistou corações em sucessos como "Robin Hood: O príncipe dos ladrões" (1991) e como protetor de Whitney Houston em "O Guarda-Costas" (1992). Hoje, está de volta ao festival em seu gênero favorito, o faroeste, com o épico "Horizon: Uma Saga Americana".
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Sua estreia como diretor em "Danças com Lobos", apesar de ser um faroeste de três horas, foi um sucesso global e em 1991 ganhou o Oscar duplo de melhor filme e diretor. A parceria com grandes diretores também se mostrou uma fórmula vencedora, de "JFK- A pergunta que não quer calar" (1991), de Oliver Stone, a "Um Mundo Perfeito" (1993), de Clint Eastwood.
Os fãs esperam que seu quarto longa como diretor - que está fora de competição em Cannes - marque um retorno à forma depois que uma série de fracassos milionários terem destruído sua carreira dourada no Oscar, especialmente "O segredo das águas" (1995) e "O mensageiro" (1997), que o transformaram em uma espécie de motivo de piada.
Ele continuou a trabalhar em papéis menores, mas investiu mais na música com sua nostálgica banda country "Kevin Costner & Modern West". Depois dessa sequência, o ator teve um ressurgimento tardio em seus 60 anos, graças à série de longa duração, "Yellowstone".
Richard Gere
Em 1999, Gere foi eleito o homem mais sexy do mundo de acordo com a revista People, quando tinha 50 anos. Até então, ele havia encantado o público com sua sedução silenciosa em "Um Oficial e um Cavalheiro" (1982) e, claro, no filme "Uma linda mulher", ao lado de Julia Roberts.
Ele e a supermodelo Cindy Crawford também formaram um dos casais mais famosos da geração. Mas progressivamente ele abriu mão do glamour para a meditação. Gere era budista desde os 25 anos, e cada vez mais usava sua fama para se manifestar, em particular contra o controle da China sobre o Tibete.
Gere desenvolveu uma estreita amizade com o Dalai Lama e fez um discurso inflamado contra a China no Oscar de 1993, que o impediu de participar de cerimônias futuras por 20 anos, assim como a China o baniu de entrar no país.
"Com o conhecimento da horrenda situação dos direitos humanos na China e no Tibete, me pergunto se todos nós poderíamos enviar amor, verdade e sanidade a Deng Xiaoping agora mesmo em Pequim, se talvez ele retirasse suas tropas, as tirasse do Tibete e permitisse que esse povo voltasse a viver como pessoas livres e independentes", disse Gere, na cerimônia.
Seu discurso também custou papéis no cinema nos anos 2000, quando Hollywood procurava explorar o vasto mercado chinês.
Para seu retorno a Cannes, o ator de 74 anos se reuniu com Paul Schrader - que o dirigiu em "Gigolô Americano" (1980) - para "Oh, Canada", interpretando um fugitivo da Guerra do Vietnã assombrado por seu passado.
Brasil em Cannes
A 77ª edição do Festival começou no dia 14 (quarta-feira) e segue até 25 (sábado) de maio de 2024. Entre os filmes que disputam a Palma de Ouro, prêmio de maior prestígio de Cannes está o brasileiro Motel Destino, dirigido por Karim Aïnouz.
Além dele, outros 5 filmes brasileiros serão apresentados no festival. São eles: "Baby" de Marcelo Caetano; o documentário "Lula", de Oliver Stone; “Amarela”, de André Hayato Saito; "A Menina e o Pote", da pernambucana Valentina Homem e a cópia restaurada de "Bye Bye Brasil" (1970), dirigido por Cacá Diegues.
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