Política
Juscelino Filho fica em silêncio em depoimento à PF em caso que apura suspeitas de desvio de emendas no Maranhão
Ministro das Comunicações tem dito que vê com "muita tranquilidade" as investigações conduzidas pela Polícia Federal
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), não respondeu às perguntas da Polícia Federal em depoimento prestado nesta sexta-feira. Ele foi ouvido no âmbito da Operação Odoacro, que apura um suposto desvio de emendas parlamentares enviadas pelo ministro para a pavimentação de ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. Foi a primeira vez que um ministro desta gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à PF dar explicações sobre uma investigação em curso.
A oitiva de Juscelino teria durado cerca de 15 minutos e foi feita por videoconferência. Ele se recusou a responder às questões após os seus advogados argumentarem que ele só deveria dar esclarecimentos sobre o objeto apurado no Supremo Tribunal Federal. A oitiva, então, foi encerrada.
Durante o depoimento, o ministro pediu a palavra para dizer que as emendas indicadas por ele foram repassadas dentro da legalidade e beneficiaram 11 povoados de Vitorino Freire. O município é comandado pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende, que chegou a ser afastada da prefeitura no ano passado e depois retomou o mandato. O depoimento estava marcado para o último dia 10, mas foi adiado.
Em nota, o ministério das Comunicações afirmou que Juscelino é "vítima de uma acusação injusta" e é "o maior interessado para que este caso seja esclarecido". "Sua conduta sempre foi pautada pela ética, responsabilidade social e utilização adequada dos recursos públicos para melhorar as condições de vida da população mais pobre", diz o texto enviado pela pasta.
A decisão partiu do ministro do STF Luís Roberto Barroso. Uma das linhas de investigação é que o afastamento das vias beneficiava uma fazenda da família de Juscelino.
Em entrevista ao GLOBO, em fevereiro, o ministro afirmou ver "com muita tranquilidade" as apurações e se "colocou à disposição" para dar explicações.
— Cabe ao parlamentar fazer a indicação das emendas, de como vai ser executado por prefeituras, governos locais. Dali para frente, cabe ao Executivo executar e ao órgão de controle fiscalizar. Cada um com seu papel dentro do estabelecido para a execução do Orçamento. E é importante colocar que essa empresa que estava executando essa obra (investigada pela PF) é uma empresa de grande porte no Maranhão, que executa dezenas ou centenas de obras. Não é nada pontual — disse ele, na ocasião.
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