Economia

Governo fará leilões de compra de arroz do Mercosul, afirma presidente da Conab

Em entrevista ao GLOBO, Edegar Pretto disse que MP para autorizar a importação de arroz está sendo preparada

Agência O Globo - 07/05/2024
Governo fará leilões de compra de arroz do Mercosul, afirma presidente da Conab
Arroz - Foto: reprodução

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou, nesta terça-feira, que a estatal fará leilões de compra de arroz nos países do Mercosul. Segundo ele, o objetivo é garantir o abastecimento, principalmente, de pequenos comerciantes brasileiros e evitar especulações de preços causados pelas cheias no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do país.

Pretto disse que o governo está fazendo um mapeamento para definir para onde levar o produto que será estocado em alguns dos 64 armazéns da Conab espalhados pelo país. Ele ressaltou que, embora grande parte da safra de arroz do estado já tenha sido colhida, uma quantidade relevante do produto, em torno de 15% da produção, está debaixo d´água.

— Queremos dar garantia de abastecimento para pequenos comerciantes nas regiões metropolitanas, para assegurar a oferta aos mais pobres. O certo é que o arroz não vai para o Rio Grande do Sul, pois não queremos prejudicar os produtores gaúchos — disse Pretto ao GLOBO.

De acordo com o presidente da Conab, a medida provisória que está sendo preparada para autorizar a empresa a importar um milhão de toneladas de arroz dará prioridade ao Mercosul. Hoje, o Brasil compra o cereal, principalmente, do Paraguai e do Uruguai.

Pretto esclareceu que a autorização para importar não significa que a Conab vai comprar um milhão de toneladas de arroz de uma única vez. Deverão ser realizados vários leilões.

— Tudo está sendo preparado. Há uma decisão de que precisamos fazer frente à possibilidade de especulação, para evitar que atravessadores aproveitem a tragédia e aumentem os preços sem necessidade.

Edegar Pretto disse que a Conab não tem estoque regulador de arroz — normalmente usado ou para aumentar a oferta no mercado, ou para elevar o preço do produtor. Ele destacou que a política de estoques acabou no governo anterior e está sendo retomada.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia falado sobre a possibilidade de importar arroz por causa das chuvas no estado, que concentra 70% da produção nacional. Horas depois, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que seria editada uma MP com esse objetivo.