Economia

Ibovespa sobe em ajuste a altas recentes de NY, puxado por ações de 1ª linha

Maria Regina Silva 07/05/2024
Ibovespa sobe em ajuste a altas recentes de NY, puxado por ações de 1ª linha
Ibovespa - Foto: Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados Fonte: Agência Brasil

Apesar da alta moderada da maioria dos índices das bolsas de Nova York, da agenda esvaziada e queda das commodities, o Ibovespa sobe acima dos 129 mil pontos nesta terça-feira, 7. Ao mesmo tempo, os investidores avaliam alguns balanços como Itaú Unibanco, Vamos, Embraer, TIM e Rede D'or.

A um dia antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), os investidores monitoram as questões fiscais e incertezas inflacionárias, em meio à ajuda federal ao Rio Grande do Sul. Na segunda-feira, a Câmara aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que declara calamidade pública no Estado e retira da meta fiscal os recursos que serão usados para a recuperação dos estragos causados pelas chuvas na região. O texto segue para análise do Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, já disse que não há possibilidade de afrouxamento de metas fiscais para o resto do País. Ainda assim, o tema tende a continuar gerando desconfiança nos mercados.

"Aqui, mesmo o fato de a ajuda federal ao Rio Grande do Sul ficar fora do Orçamento, é mais uma preocupação dado o quadro fiscal já apertado", analisa Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, acrescentando que este quadro eleva a expectativa para o Copom, amanhã. Em sua visão, assim, cresce a possibilidade de redução no ritmo de queda da Selic, de 0,50 ponto para 0,25 ponto porcentual. A taxa está em 10,75% ao ano.

Enquanto isso, o Ibovespa sobe seguindo o exterior, sobretudo porque nos últimos dias não operou tão colado a Nova York, que fechou com alta por três pregões seguidos. Ontem, o Índice Bovespa encerrou em queda de 0,03%, aos 128.465,69 pontos.

"Está meio parado hoje em termos de dados. As bolsas europeias estão com bom desempenho por conta de alguns balanços. O que tivemos de novidade nesta manhã foi a fala do Kashkari, do Fed", diz Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, ao referir-se às afirmações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari.

Kashkari disse que elevou "modestamente" sua perspectiva sobre a taxa neutra de juros nos EUA, de 2,0% a 2,5%, no gráfico de pontos que os dirigentes divulgam a cada duas reuniões de política monetária.

"Como tem um perfil mais conservador, sua fala vai na linha mais leve ajuda ativos de risco. O índice Vix, conhecido como índice do medo, está voltando a melhorar. Vemos um apetite por risco desde a divulgação do payroll, na sexta, e após falas de outros diretores do Fed", diz Moreira, da One Investimentos.

Para Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, os investidores estão de olho no Copom e no mini rali nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, acrescenta preocupações internas com pressão inflacionária querendo voltar com o dólar forte e com o desastre no Rio Grande do Sul afetando os alimentos. "Os investidores voltam a fixar no déficit fiscal, que é um grande problema, ainda mais agora comprometido com essa ajuda necessária ao Estado", completa Bandeira.

Às 11h27, o Ibovespa subia 0,84%, aos 129.545,75 pontos, na máxima, ante abertura aos 128.465,69 pontos, com variação zero. As maiores altas eram Rede D'Or, com 9,59%, após informar balanço, Vamos ON, com 9,20%. Vale avançava 1,28%, depois de recomendação do UBS, a despeito do leve recuo do minério de ferro em Dalian, na China, e Petrobrás tinha elevação de 0,60% (PN) e de 1,07% (ON), mesmo com o recuo do petróleo. Itaú avançava 1,30%, com os demais papeis do setor também subindo.