Alagoas
Maio Amarelo: HGE já atendeu mais de 1.700 acidentados no trânsito somente nos quatro primeiros meses de 2024
Thallysson Alves / Ascom Sesau
Em apenas quatro meses, o Hospital
Geral do Estado (HGE), em Maceió, já atendeu 1.748 pessoas vítimas de
acidentes de trânsito. O número equivale a mais de 30% do quantitativo de
acidentes de trânsito registrados em 2023. As colisões (762) têm sido mais
prevalentes, mas os acidentes de moto (675), de bicicleta
(103), atropelamentos (153), e capotamentos (55) aparecem também em
destaque.
Ao longo de todo o ano de 2023, o HGE atendeu 5.435 casos de acidentes de trânsito, sendo 2.493 referentes a colisões, 2.015 acidentes de moto, 476 atropelamentos, 301 acidentes com ciclistas e 150 capotamentos. No ano anterior, o hospital notificou 5.398 atendimentos a acidentes de trânsito, dos quais 2.409 foram colisões, 2.086 acidentes de moto, 505 atropelamentos, 267 acidentes com ciclistas e 131 capotamentos. Todo esse quantitativo acende a luz amarela de alerta, o que motiva a campanha Maio Amarelo.
“É preciso, antes de tudo, entender que todas essas pessoas poderiam não ter dado entrada no HGE se os envolvidos nos acidentes fossem mais prudentes, mais atenciosos, respeitassem as normas no trânsito, entre outras atitudes que visam preservar a vida. Uma pessoa que deixa de lado essas recomendações já é o suficiente para causar uma tragédia, que vai interferir na saúde de outras pessoas, seja de forma física ou mental”, alertou o cirurgião geral, Amauri Clemente.
A combinação da direção veicular com o consumo
de bebida alcoólica continua sendo um importante vilão nessa história,
principalmente no período de festas. Mas, o uso do celular durante a condução
do veículo e o sono também têm causado acidentes no trânsito. Estudos da
Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) indicam que o uso do
celular ao volante já é a terceira maior causa de mortes no trânsito
brasileiro.
“Quando um cidadão ferido em acidente
de trânsito chega ao pronto socorro, nós iniciamos uma corrida contra o tempo
para encontrar o diagnóstico preciso e iniciar o tratamento o mais rápido
possível. Um caso jamais será igual ao outro, pois a consequência do acidente
em cada pessoa envolvida sofre variáveis conforme o impacto sofrido. Além
disso, cada pessoa tem o seu histórico de saúde e isso também interfere no
quadro clínico de cada paciente”, explicou o médico.
Todos os feridos nos acidentes de
trânsito recebem o primeiro atendimento na Área Vermelha Trauma, exceto os
casos muito graves que podem ser levados de imediato ao centro cirúrgico para
algum procedimento de estabilização. O HGE conta com um Centro de Imagem de
alta tecnologia capaz de contribuir com os diagnósticos, bem como cirurgiões
gerais, neurológicos, plásticos, vasculares, ortopédicos, torácicos,
urológicos, oftalmológicos, otorrinolaringológicos, pediátricos, entre outros.
“Também temos na equipe os médicos
anestesiologistas, os bucomaxilofaciais, os enfermeiros especialistas em
Urgência e Emergência, os assistentes sociais, os psicólogos e os técnicos de
enfermagem. Enfim, é um grande time que se complementa. Mas, é preciso entender
que o melhor é sempre evitar os acidentes, pois eles também podem gerar
sequelas e incapacidades”, pontuou o cirurgião geral do HGE.
A Organização das Nações Unidas (ONU)
estima que o Brasil gasta cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB),
aproximadamente R$ 220 bilhões, com acidentes de trânsito. Com esse valor, o
governo poderia construir 730 hospitais com mais de 225 leitos, ou ainda
aumentar em 50% os investimentos nacionais em Educação. Além disso, a ocupação
de leitos para tratamento de acidentados, além de onerar o Sistema Único de
Saúde (SUS), aumenta o tempo de ocupação das vagas hospitalares, pois a
ocupação média em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é de seis dias, e pode
chegar a seis meses em leitos de enfermaria.
“E o crescimento anual do número de invalidez permanente em decorrência de acidentes de trânsito pressiona a Previdência Social, sendo muitas dessas pessoas os responsáveis pelo sustento do lar. Ou seja, de uma hora para outra, famílias se veem desamparadas, arrastadas para abaixo da linha da pobreza, reduzindo a força produtiva do Estado, do país”, considerou o especialista.
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