Política
Bronca de Lula reacende críticas de aliados a Márcio Macêdo, mas ministro resiste em rever relação com movimentos sociais
Presidente disse que ato do Dia do Trabalhador, com plateia esvaziada, foi 'mal convocado'
A bronca dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro da Secretaria-Geral, Marcio Macêdo, durante o ato do Dia do Trabalhador, em São Paulo, reacendeu uma série de críticas à atuação dele à frente de um dos ministérios mais estratégicos do Palácio do Planalto.
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— (Macêdo) é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pensem que vai ficar assim. Ontem (terça-feira), eu disse para o Márcio que o ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar — afirmou Lula, diante de uma plateia esvaziada.
É a segunda vez que Lula reclama publicamente do ministro. Em dezembro, no Natal dos Catadores em São Paulo, o presidente pediu "menos discurso e mais entrega" a Macêdo. Petistas afirmam, sob reserva, que Macêdo tem uma atuação apagada em uma pasta que sempre teve protagonismo nas gestões do partido e que a baixa mobilização do ato desta quarta-feira deve ser atribuída à desorganização de Macêdo junto aos movimentos.
Pessoas próximas a Lula concordam que há um desgaste na relação, mas não suficiente para uma substituição. O argumento é que Macêdo possui um "crédito elevado" com Lula, é um nome de confiança e por ser um dos auxiliares mais próximos a ele e à primeira-dama, Janja. O ministro admitiu que Lula comentou com ele sobre a percepção de que os movimentos estavam pouco mobilizados para o 1º de maio e disse que não foi a fala de ontem como cobrança, mas como um comentário que já havia sido feito de forma particular.
Faltando poucos dias para o ato, o ministro chegou a ligar para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para ver como estava a mobilização para o evento. Macêdo, no entanto, afirma que as centrais são livres e autônomas para ir até o evento e que não cabe ao governo fazer essa mobilização nem deliberar sobre a quantidade de pessoas que irão ou não aos eventos.
— Não é papel do governo mobilizar atos das centrais sindicais ou dos movimentos sociais. Vamos continuar fazendo o nosso trabalho de participação e diálogos sociais com os movimentos e a sociedade — disse Macêdo ao GLOBO
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