Política
Em meio a disputa entre Ciro e Cid Gomes, PT e PDT polarizam e dificultam articulação da direita em Fortaleza
Com a exceção do União Brasil e PL, que tentam apoio do Novo, principais siglas se dividem entre aliados dos irmãos
A menos de seis meses das eleições municipais, o cenário da disputa em Fortaleza se divide entre dois pré-candidatos que já consolidam um leque de alianças partidárias. Com exceção da direita representada por União Brasil e PL, que apresentaram nomes próprios, além do Novo e do PSOL, as demais siglas se posicionam em apoio à reeleição do prefeito José Sarto (PDT) ou ao presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PT).
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Dias após ser oficializado como o nome do partido do presidente Lula na disputa, Leitão uniu em seu arco de alianças sete siglas, além do PT. Aliado de Cid Gomes (PSB), o deputado foi o primeiro integrante do grupo político do senador a deixar o PDT, ainda em dezembro passado.
Desde 2022, as alas de Cid e de seu irmão Ciro Gomes passavam por desavenças que culminaram num racha. Enquanto Cid defendia ser base do governador Elmano de Freitas (PT), Ciro buscava a oposição. A disputa ganhou força em outubro, quando os irmãos quase chegaram às vias de fato em encontro no Rio .
Ao se filiar ao PT, Evandro já queria concorrer à prefeitura contra seu ex-aliado, plano para o qual tem o apoio de Elmano e do ministro da Educação, Camilo Santana. Além das principais lideranças petistas ao seu lado e o PSB, de Cid Gomes, Evandro aglutinou outras forças políticas como MDB, PSD, Republicanos e PP, que integram a base do governo do estado e irão repetir a aliança nas eleições.
— Evandro é bom de diálogo, humilde, simples e aglutinador. Terá o apoio dos nossos principais líderes. Já Sarto não é um candidato competitivo, está em recuperação — afirma o deputado federal José Airton Cirilo (PT).
A escolha por Leitão, todavia, não foi pacífica. A deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins havia se apresentado para a disputa antes do deputado e chegou a ameaçar deixar o partido, caso não fosse escolhida. Dirigentes minimiza m o impasse e garantem que Luizianne estará presente na campanha de Evandro. No entanto, os dois ainda não teriam “sentado para conversar”.
Quatro tentam articular
José Sarto une oito siglas além do PDT, que hoje já compõem sua base na Câmara Municipal. Sua articulação política tem sido feita pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, que vem se reunindo com dirigentes de siglas. Após a janela partidária, seu grupo passou a ocupar 23 das 43 cadeiras da Casa. A dupla agora visa conquistar o Podemos, comandado pela deputada Renata Abreu. No ano passado, a legenda convidou o grupo de Cid para se filiar, mas foi preterida, o que pode favorecer a aliança com os adversários.
Enquanto PT e PDT monopolizam alianças, outros quatro pré-candidatos enfrentam dificuldades para construir apoios. Três deles são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e concorrem pelo mesmo lado do espectro político: o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), o deputado federal André Fernandes (PL) e o senador Eduardo Girão (Novo).
No mês passado, Bolsonaro esteve em Fortaleza para lançar Fernandes, que nega desistir da disputa.
— Fortaleza precisa de gente com coragem para enfrentar coronéis — afirmou.
Nos bastidores, contudo, articuladores nutrem a expectativa de que Fernandes e Girão venham a desistir para apoiar Capitão Wagner. Há ainda um quarto pré-candidato: o produtor cultural Técio Nunes (PSOL), que conta com o apoio da Rede, que compõe uma federação com seu partido.
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