Cidades

Prefeitura do Pilar é denunciada ao MPAL por perseguições políticas contra servidora da Educação

Profissional do apoio escolar do Município foi exonerada do cargo após participar de evento de um candidato de oposição ao prefeito Renato Filho

25/04/2024
Prefeitura do Pilar é denunciada ao MPAL por perseguições políticas contra servidora da Educação

A servidora pública municipal, Gerlane Bastos, que desempenhava funções do apoio escolar na Escola Municipal Washinton Melo Maio, no Imburi, em Pilar, denunciou a Prefeitura Municipal de Pilar por perseguição política ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), na quarta-feira (24), após ter sido exonerada do seu cargo por participar de um evento de filiação, com candidatos de oposição ao prefeito Renato Filho.

O caso veio à tona, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal do Pilar nesta quinta-feira (25), após o vereador Biu Barros entregar uma cópia do termo de declarações (MP nº05.2024.00001328-5) da denunciante aos parlamentares. O documento revela o depoimento da vítima, que desempenhava suas funções desde fevereiro de 2024, após passar pelo Processo Seletivo Simplificado realizado pela Secretaria Municipal de Educação.

Gerlane entregou uma gravação em áudio da conversa que teve com a diretora da escola na presença da vice-diretora. “A ordem de sua exoneração foi do ex-secretário Clewinho Cavalcante, que o mesmo obrigou a lhe exonerarem, devido a sua postagem em evento de oposição”, expõe um trecho do termo de declarações.
Além de Biu Barros, as vereadoras Thais Canuto, Joeli Lopes e o vereador Marquinhos Cachoeira saíram em defesa da servidora e repudiaram as perseguições políticas, que Gerlane, outros funcionários públicos e a população mais carente sofre por parte dos gestores municipais.

Thais Canuto se colocou à disposição para lutar pelo direito de todas as pessoas que estão sendo perseguidas, seja um funcionário público ou uma mãe de família coagida para não perder algum programa social. “O Bolsa Viva Bem Pilar assim como o programa Prato Cheio, o programa Vale Letras, são leis e não podem ser tirados de vocês por opção política. É um direito adquirido votado na Câmara. Isso não pode ter perseguição, não pode ter chantagem e esse direito de vocês não pode ser retirado”, destacou.

Indignada, Joeli Lopes disse que não compactua com este tipo de política. que basta uma foto para uma pessoa ser totalmente perseguida. “Coragem para denunciar é uma das principais virtudes do servidor para que possamos acabar de vez com essa opressão. Eu até entendo quem não tem coragem para denunciar, pois como diz um velho ditado: a corda arrebenta no lugar mais fraco”, ressaltou.

Marquinhos Cachoeira repudiou a atitude dos gestores e solicitou que o promotor de justiça de Pilar, Silvio Azevedo, entre imediatamente com uma ação de reintegração da Gerlane para o seu cargo. “A certeza da impunidade é o que faz as pessoas cometerem este tipo de atrocidade”, falou.