Economia

STF retoma em maio julgamento sobre Lei das Estatais

Análise recomeça com voto de Nunes Marques, que pediu vista em dezembro de 2023

Agência O Globo - 23/04/2024
STF retoma em maio julgamento sobre Lei das Estatais
STF retoma em maio julgamento sobre Lei das Estatais - Foto: EBC

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a analisar no próximo dia 10 de maio se deve haver restrições para indicação de políticos para a direção de empresas estatais. Os ministros avaliam se mantêm ou derrubam uma decisão do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, que em março de 2023 suspendeu trechos da Lei das Estatais que tratam do assunto.

O julgamento será feito pelo plenário virtual da Corte, e tem duração prevista até o dia 17 de maio. A inclusão do processo no calendário foi feita depois que o ministro Nunes Marques, que havia pedido vista em dezembro, liberou o caso para análise. Por enquanto, o placar está em um a um.

Antes de Marques pedir vista, o ministro André Mendonça divergiu de Lewandowski e votou para restabelecer as restrições impostas pela legislação.

A Lei das Estatais, aprovada em 2016, proíbe que uma pessoa que atuou nos últimos três anos como participante de estrutura decisória de partido político, ou em trabalho vinculado a organização de campanha eleitoral, seja nomeada para o conselho diretor ou diretoria de estatais.

Em março de 2023, Lewandowski, hoje aposentado do STF e ministro da Justiça, considerou esse trecho inconstitucional e proibiu apenas a manutenção do vínculo partidário a partir do momento em que a pessoa assume o cargo de diretor ou conselheiro. Além disso, também suspendeu outro trecho, que impede que ministro de Estado e secretários sejam indicados para a diretoria e conselho das estatais.

Para Lewandowski, apesar das regras da Lei das Estatais tentarem evitar o aparelhamento político das empresas, na verdade "acabaram por estabelecer discriminações desarrazoadas e desproporcionais – por isso mesmo inconstitucionais – contra aqueles que atuam, legitimamente, na esfera governamental ou partidária". O ministro atendeu a um pedido do PCdoB.