Economia

Dólar vive semana de montanha russa, e fecha a R$5,19

Moeda chegou a subir para R$ 5,27 na terça-feira, depois do anúncio de alteração na política fiscal e do adiamento do início de corte de juros nos EUA.Valorização na semana foi de 1,5%

Agência O Globo - 19/04/2024
Dólar vive semana de montanha russa, e fecha a R$5,19
Dólar - Foto: REUTERS/Jo Yong-Hak/Direitos reservados fonte: Agência Brasil

O dólar fechou a negociação desta sexta valendo R$ 5,199, queda de 0,96% na comparação com o valor de ontem, que encerrou perto dos R$ 5,25 (R$ 5,2497).

Durante as negociações do dia, a moeda chegou a ser cotada a R$5,27. Na semana, a divisa apresentou valorização de 1,5% e, desde o início do ano, já vale 8% mais.

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Para Adriano Yamamoto, analista do C6 Bank, o movimento do dia no câmbio foi uma correção natural:

– O que vemos é mais fluxo, com realização de lucro. É um movimento muito mais técnico, de correção natural.

O analista diz ainda que não houve qualquer fato novo impactando a moeda hoje, além da perspectiva de que as taxas de juros nos EUA fiquem alta por mais tempo que o previsto por agentes.

O patamar da divisa nesta semana, operando ao redor dos R$5,20, não é visto desde março de 2023. Naquela época, a falência do Sillicon Valley Bank, do Signature Bank e da crise no Credit Suisse promoveram uma corrida à moeda americana, considerada um ativo seguro.

A semana foi marcada por altos e baixos na cotação. Depois de terminar a segunda-feira em R$5,18, ainda sob a tensão dos mercados globais com os ataques de Irã a Israel no fim de semana, a notícia de que o governo prevê um déficit zero nas contas públicas para 2025, ao contrário da previsão inicial de um superávit, provocou a alta da cotação. Na terça-feira, o dólar terminou o dia valendo R$5,27.

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Para Gustavo Cruz, da RB Investimentos, o valor da divisa carrega as impressões de uma semana de estresse, com indicações de manutenção da taxa americana no mesmo patamar por mais tempo do que o previsto, a escalada de tensões no Oriente Médio e novidades também no cenário interno:

– A semana foi muito agitada. Teve a mudança da meta fiscal e isso impactou todos os ativos no Brasil. Além da perspectiva de manutenção nos juros nos Estados Unidos. Os operadores começaram a se questionar se não houve exagero. Acho que houve um estresse, mas não a ponto de subir juros. E isso impacta num câmbio apreciado.

No índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de outras seis moedas de economias desenvolvidas, ficou estável por volta de 17h.

A moeda está acima de R$ 5 desde 27 de março, quando fechou valendo R$ 4,97.