Economia
Campos Neto diz que integração internacional do sistema financeiro esbarra na governança
Para o presidente do Banco Central, há soluções tecnológicas para fazer essa ligação, porém ainda são necessários ajustes
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), disse nesta sexta-feira que as transações financeiras internacionais dependem da resolução de problemas como a conexão segura dos sistemas de pagamento. De acordo com Campos Neto, a maioria dos sistemas é centralizada e há soluções tecnológicas para fazer essa ligação, porém ainda são necessários ajustes. Para ele, há tecnologia para realizar essa conexão, mas isso esbarra em questões de governança.
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— O principal problema, eu acho, está relacionado a três aspectos de governança. Uma é a prevenção à lavagem de dinheiro. O sistema precisa ser instantâneo, você vai fazer bilhões de transações, não vai poder identificar características predefinidas se programar a transferência antecipadamente — explicou Campos Neto ao explicar os problemas que ainda precisam ser resolvidos para um sistema de transações integrado.
O presidente do BC também destacou a importância da origem das transações para identificá-las.
— Você precisa ter algum tipo de classificação antes de conectar os pontos, porque caso contrário o sistema não conseguirá, e você não pode bloquear uma transação, se fizer isso começará a ter muitos problemas de congestionamento — explicou.
Campos Neto citou ainda a questão da liquidez que o os sistemas conectados podem implicar:
— E se todos quiserem fazer isso ao mesmo tempo? Então, essas são as coisas que eu acho que ainda precisam ser resolvidas, acho que é mais uma questão de confiança do que de tecnologia, acho que a questão tecnológica está indo muito bem — disse.
O presidente do BC falou sobre as inovações do sistema financeiro brasileiro em evento no Peterson Institute for International Economics em Washington nesta sexta-feira. Além do presidente do Banco Central do Brasil, participaram Agustín Carstens (Bank for International Settlements), Joachim Nagel (Deutsche Bundesbank) e Nandan M. Nilekani (Infosys; UIDAI) e Changyong Rhee (Bank of Korea). O presidente do BC encerra sua agenda pública do dia em uma reunião com investidores organizada pelo Bank of America.
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