Esportes
Associação critica prêmio em dinheiro para o atletismo nos Jogos Olímpicos de Paris; entenda
Entidade diz que 'nem todos os esportes poderiam reproduzir a iniciativa, mesmo que quisessem', porque as situações financeiras são muito variáveis para cada esporte
A Associação das Federações Internacionais dos Jogos Olímpicos de Verão (ASOIF) criticou duramente nesta sexta-feira a decisão sem precedentes da World Athletics de conceder bônus financeiros aos medalhistas de ouro nos Jogos Olímpicos de 2024, que “levanta mais questões do que respostas”. Em um texto com uma estranha contundência contra um dos seus membros mais importantes, a ASOIF enumera as “preocupações” que quer transmitir à instituição mundial do atletismo, que não consultou ninguém antes de anunciar na semana passada que queria recompensar com 50 mil dólares (cerca de R$ 260 mil) a cada futuro campeão olímpico.
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“Para muitos”, entre os trinta esportes olímpicos membros da organização, “esta iniciativa mina os valores do Olimpismo e o caráter único dos Jogos. Uma medalha de ouro olímpica não tem preço e não deveria ter”, destaca a ASOIF.
A entidade salienta ainda que “nem todos os esportes poderiam ou deveriam reproduzir esta iniciativa, mesmo que quisessem”, uma vez que as situações financeiras são muito variáveis de um esporte para outro.
“O pagamento de bônus em um ambiente polidesportivo vai contra o princípio da solidariedade”, avalia a ASOIF, sobretudo porque o atletismo faz parte de uma das três federações mais bem financiadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a par da ginástica e da natação, e se beneficia de públicos lucrativos para suas próprias competições", diz a entidade.
A ASOIF aponta ainda que para as federações com maiores recursos “chegou-se a um consenso de que os pagamentos olímpicos deveriam [...] ser investidos como prioridade no desenvolvimento e na integridade”, principais áreas que deveriam diferenciar as instituições desportivas “dos operadores e promotores comerciais", insiste a organização.
Contatada pela AFP, a World Athletics defendeu nesta sexta-feira o seu “compromisso inabalável com os atletas”, considerando “importante” devolver uma parte das receitas olímpicas “a quem faz dos Jogos o espetáculo que são”.
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