Internacional
Militar envolvido em desvio de dinheiro da petrolífera estatal venezuelana morre sob custódia policial
Quase 60 pessoas foram detidas desde março de 2023, altura em que o Ministério Público anunciou o início da investigação
Um soldado acusado de um complô de corrupção na estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), no meio do qual foi preso o ex-ministro do Petróleo Tareck El Aissami, morreu sob custódia policial, informou nesta quarta-feira o Ministério Público do país. Segundo o órgão, Marino José Lugo Aguilar morreu por enforcamento.
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O MP enviou "funcionários especializados em patologia, medicina legal e criminologia (…) ao respectivo centro de detenção para efetuarem um reconhecimento do local do fato, dada a informação da morte de um detido", informou no X (antigo Twitter).
Lugo Aguilar trabalhava na área de marketing da PDVSA e foi detido e interrogado pela Direção de Contraespionagem Militar (DGCIM) nesta semana, segundo a imprensa local, no meio das investigações que o Ministério Público vem realizando há um ano por um desvio milionário na PDVSA, que segundo estimativas independentes chega a US$ 17 bilhões (quase R$ 90 bilhões na cotação atual).
Quase 60 pessoas foram detidas desde março de 2023, altura em que o Ministério Público anunciou o início da investigação, que se junta a outras 25 abertas desde 2017 por corrupção na petrolífera estatal. Há outros 17 mandados de prisão expedidos.
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Esta é a terceira pessoa presa neste caso a morrer sob custódia. Nos primeiros casos, o Ministério Público falou em "suicídio".
O ex-ministro do Petróleo, El Aissami, ex-confidente do presidente Nicolás Maduro e de seu antecessor Hugo Chávez sancionado pelos Estados Unidos por acusações de tráfico de drogas, foi preso em 9 de abril por irregularidades na venda de petróleo bruto por meio de ativos criptográficos.
El Aissami, também ex-vice-presidente de Maduro entre 2017 e 2018, renunciou em março de 2023 após o escândalo e desapareceu da vida pública até ser preso.
O setor petrolífero da Venezuela é objeto de inúmeras investigações judiciais. Rafael Ramírez foi acusado de corrupção durante seu mandato de ministro do Petróleo (2002-14) e presidente da PDVSA entre (2004-14). Atualmente, está foragido na Itália. Dois outros titulares da pasta, Eulogio del Pino e Nelson Martínez, foram presos. Martínez morreu sob custódia.
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