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Chama olímpica de Paris é acesa na Grécia: entenda como fogo não se apaga durante revezamento da tocha

Tradição grega, retomada nos Jogos de Verão de 1896, é adotada até hoje para celebrar o início e duração da competição

Agência O Globo - 16/04/2024
Chama olímpica de Paris é acesa na Grécia: entenda como fogo não se apaga durante revezamento da tocha

A chama olímpica foi acesa, nesta terça-feira, no Templo de Hera, em Olímpia, na Grécia, onde aconteciam os Jogos da Antiguidade. O fogo gerado por raios solares é uma tradição do evento, mas, por conta do tempo fechado, uma chama reserva foi utilizada para alimentar a tocha que representa as Olimpíadas.

Símbolo dos Jogos Olímpicos, a chama olímpica deve manter-se acesa durante toda a duração da competição, uma tradição que remonta aos primórdios dos Jogos da Antiguidade que foi reintroduzida, na era moderna, nos Jogos de Verão de 1896.

Tradicionalmente acesa 100 dias antes do início do evento, neste ano, após permanecer 11 dias em território grego, a chama seguirá para a França, com previsão de chegada em Marselha no dia 8 de maio e percorrerá todo o país.

A chama olímpica não apaga?

A tocha olímpica é um dos elementos mais emblemáticos da competição e é desenvolvida visando manter a chama acesa, independentemente das condições climáticas, durante todo o percurso.

No entanto, não é somente a tocha que é acesa nessa cerimônia na Grécia, o fogo também é transferido para uma espécie de lampião que tem combustível para durar 15 horas. São quatro os lampiões que viajam o mundo acompanhando a tocha para reacendê-la, caso seja necessário. Não é incomum que o fogo se apague ao longo do percurso.

Para manter o fogo aceso ao longo do revezamento, é necessário que haja combustível e oxigênio disponíveis a todo o tempo. Por isso, como qualquer outro fogo, o da tocha também tem prazo de duração. Sendo assim, é preciso repor combustível para que a chama permaneça acesa, e é isso que acontece durante o revezamento: tochas cheias de gás substituem aquelas que já queimaram por algum tempo.

O cartucho com o gás, inserido na parte inferior da tocha, tem combustível para queimar durante 20 minutos apenas, mas podem ser substituídos. Só para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, foram fabricadas 12 mil tochas.

"A necessidade de repor gás justifica ainda os quatro lampiões que acompanham a tocha. A alternância da chama com a reposição do combustível ao longo dos dias garante que o fogo que acenderá a pira olímpica seja o mesmo que foi aceso em Olímpia. Diferentemente da tocha, os cartuchos desses lampiões podem ser substituídos."

Como a chama é acesa?

Na atualidade, a chama olímpica é acesa 100 dias antes da realização dos Jogos, em Olímpia, junto às ruínas do templo de Hera, em cerimônia que recria o ritual da antiguidade para dar início aos Jogos.

Protagonizada por onze mulheres caracterizadas como sacerdotisas, a cerimônia começa com uma pequena quantidade de grama seca colocada em um instrumento chamado skaphi, uma espécie de espelho côncavo que agrega os raios do sol em um só ponto. Com a concentração de calor no centro do instrumento, acontece uma combustão e a chama se acende.

Depois, a chama é transportada até ao local do antigo estádio de Olímpia, onde é acesa a tocha olímpica, que será transportada, de mão em mão, no percurso que a leva até ao estádio da cidade anfitriã.

Origem da tradição

Na mitologia grega, o fogo era considerado um elemento divino, símbolo de pureza, amizade, razão e paz, motivo pela qual eram mantidas acesas chamas, de forma permanente, nos principais templos gregos.

A simbologia foi transportada para os Jogos Olímpicos da Antiguidade, onde os campeões tinham o privilégio de transportar a tocha olímpica para o altar de Zeus, o maior deus da mitologia grega, acendendo o altar em sua honra.