Brasil
Após operação do MP, prefeitura de SP nomeia interventores em empresas de ônibus acusadas de ligação com PCC
Transwolff e UPBus são suspeitas de lavar dinheiro para o organização criminosa, segundo o MP
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou que Valdemar Gomes de Melo, diretor de planejamento da SPTrans, irá atuar como interventor na empresa de ônibus Transwolff. A medida ocorre após operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrada nesta terça-feira que investiga a suposta ligação da empresa com o PCC.
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Nunes também colocou Wagner Chagas Alves, diretor de operações da SPTrans, no comando da UPBus, outra empresa investigada.
— Já determinei as intervenções e estou publicando uma edição extra e nomeando os interventores. E a prefeitura de São Paulo que vai fazer a gestão das duas empresas. Eu tomei a decisão de colocar dois interventores muito eficientes. São pessoas experimentadas, conhecem bem o setor, funcionando de forma tranquila sem interrupção. O que a gente não vai permitir é descontinuidade das operações — explicou o prefeito à Rádio CBN na manhã desta terça.
Junto com os dois interventores, também haverá representantes da Procuradoria-Geral do Município, da Controladoria Geral do Município e da Secretaria da Fazenda.
A intervenção não tem prazo para terminar. Segundo Nunes, cobradores, motoristas, técnicos e outros funcionários serão mantidos e só serão afastados os gestores conforme a determinação judicial. Ele afirma que, a princípio, não há nenhum indício de erros no contrato da prefeitura com as concessionárias.
— Isso tudo está sendo investigado e, lá na frente quando houver decisão judicial é que vai dizer se houve culpabilidade ou não. Mas o que existe para ter essa operação foram fortes indícios, então fica claro que aquilo que a prefeitura colocou, as regras e requisitos, foram corretos e alguém eventualmente pode ter feito algo não legítimo, o que culminou com esta operação — disse — Se na decisão final houver realmente a culpa das empresas, haverá o cancelamento do contrato. Não cabe, neste momento, um rompimento do contrato porque está em investigação.
Uma operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) nesta terça mira duas organizações criminosas suspeitas de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio do transporte público na capital paulista. O esquema envolve duas empresas de ônibus, a Upbus e a Transwolff (TW), que transportam quase 700 mil pessoas por dia. A investigação, batizada de Operação Fim da Linha, visa cumprir quatro mandados de prisão e 52 de busca e apreensão.
Foram presos Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como "Pandora", dono da Transwolff; Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff; e Joelson Santos da Silva, representante de um escritório de contabilidade ligado à empresa. Já Elio Rodrigues dos Santos foi preso em flagrante por porte de arma. Silvio Luis Ferreira (Cebola), sócio da Upbus, está foragido, de acordo com informações da GloboNews.
Segundo as investigações, a Transwolff comprava e revendia imóveis e bens de luxo e distribuía dividendos milionários para os sócios mesmo com prejuízos, segundo os investigadores. Alguns dos diretores são apontados como integrantes do próprio PCC e respondem por homicídio, sequestro e roubo a banco.
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