O álcool 70% líquido não vai mais poder ser vendido de forma livre, como em farmácias e supermercados, ou doado a partir de maio no Brasil. Isso porque o produto teve o amplo comércio proibido no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda em 2002 devido aos “riscos oferecidos à saúde pública decorrentes de acidentes por queimadura e ingestão, principalmente em crianças”, de acordo com a resolução do órgão na época.

O comércio foi liberado, de forma extraordinária e temporária, em 2020 devido ao avanço da Covid-19, como uma maneira de auxiliar no combate ao vírus. O último prazo para encerrar a autorização foi 31 de dezembro de 2023, mas “para fins de esgotamento de estoque”, a Anvisa permitiu a venda por até 120 dias depois, ou seja, até o dia 30 deste mês.

Mas isso não quer dizer que o álcool 70% líquido está completamente banido do Brasil. Embora não possa ser comercializado no amplo varejo, a venda ainda é permitida de forma restrita ao uso exclusivo para a assistência à saúde ou a determinadas empresas ou instituições, públicas ou privadas.

Na prática, podem adquirir os produtos lugares como hospitais, laboratórios e empresas que precisam de uma esterilização específica. Para isso, porém, há uma série de regras, como que o produto tenha na embalagem a mensagem "PERIGO: PRODUTO EXCLUSIVAMENTE DE USO INSTITUCIONAL - PROIBIDA A VENDA DIRETA AO PÚBLICO".

Além disso, os locais que comercializam o produto devem estar licenciados pelo órgão sanitário competente, e é vedada a utilização na embalagem, rotulagem e propaganda dos produtos nomes geográficos, símbolos, figuras, desenhos ou quaisquer outras indicações que induzam sua utilização indevida e atraiam crianças.

Essa última recomendação vale também para o álcool 70% em gel, que não foi proibido de ser vendido no varejo, ou seja, continuará a ser encontrado em farmácias e mercados. Nesses casos, os produtos devem ter o volume máximo de 500g, e as embalagens devem ser resistentes ao impacto, segundo a resolução da Anvisa de 2002.