O Ministério da Defesa de Taiwan informou nesta sexta-feira que detectou 36 aeronaves militares chinesas perto da ilha, nas últimas 24 horas, um recorde até agora neste ano.

Nos últimos anos, Pequim aumentou a pressão militar sobre a ilha autônoma, que considera parte do seu território, com tráfego quase diário de seus aviões e navios militares à sua volta.

Entre quinta e sexta-feira, às 6h (hora local), as forças de defesa de Taiwan detectaram 36 aeronaves e seis navios do Exército de Libertação Popular operando ao redor da ilha.

Na véspera, Taiwan já havia relatado a detecção de 32 aeronaves chinesas perto do seu território.

A China reivindica a soberania sobre Taiwan e nunca renunciou ao uso da força para assumir o controle do país.

Taipei considera o envio quase diário de aviões e navios chineses para os seus arredores como uma forma de assédio que, segundo especialistas militares, é o prelúdio para uma guerra aberta.

Desde a vitória eleitoral em 2016 da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen, que não reconhece as reivindicações chinesas sobre Taiwan, Pequim aumentou a pressão militar, econômica e diplomática sobre o território.

Tsai será substituída no dia 20 de maio por seu atual vice-presidente, Lai Ching-te, vencedor das eleições de janeiro.

A China considera-o um “separatista perigoso” e alertou que a sua eleição traria “guerra e declínio” a Taiwan.

As recentes incursões de aviões chineses coincidem com uma viagem do futuro número dois de Lai, o vice-presidente eleito Hsiao Bi-khim, à República Checa e ao Parlamento Europeu em Estrasburgo.

O Gabinete de Assuntos de Taiwan da China criticou a viagem e disse que ela serviu "ao propósito da independência de Taiwan (...) e não ajuda a paz e a estabilidade" na área.

A China opõe-se a qualquer intercâmbio oficial de autoridades estrangeiras com representantes de Taiwan, porque entende isso como um reconhecimento da soberania da ilha.