Política

Rompimento e ausência em cerimônia de posse: as desavenças entre Paes e Cesar Maia, que se filiou ao PSD

Prefeito do Rio abonou carta de seu primeiro aliado político, com quem protagonizou um rompimento público

Agência O Globo - 20/03/2024
Rompimento e ausência em cerimônia de posse: as desavenças entre Paes e Cesar Maia, que se filiou ao PSD

O ex-prefeito do Rio e vereador, Cesar Maia, deixou o PSDB e se filiou na manhã desta quarta-feira ao PSD, partido do atual gestor municipal da capital fluminense, Eduardo Paes. Sua carta foi abonada justamente por Paes, com quem tem um passado de aliança e desavenças.

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Eduardo Paes entrou na política justamente com a benção de Cesar Maia, de quem foi pupilo e pertenceu ao grupo por mais de uma década. Aos 23 anos, o prefeito do Rio assumiu a posição de subprefeito da Zona Oeste justamente na gestão de Maia, cargo que abriu as portas para ele e possibilitou sua primeira eleição, em 1996, na Câmara Municipal.

O primeiro distanciamento ocorreu em 1999, um ano após Paes e o filho do vereador, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia terem conquistado cadeiras na Câmara dos Deputados, ambos pelo PFL. No ano seguinte à eleição, contudo, Paes migrou para o PTB, gerando certo desconforto.

Dois anos depois, em 2001, o clima se amenizou. Paes voltou ao partido de Maia e assumiu um cargo em sua gestão, como titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Pouco tempo depois, em 2002, o rompimento se concretizou quando o então deputado se filiou ao PSDB e começou a se aproximar de Sergio Cabral, de quem foi Secretário de Turismo, Esporte e Lazer em 2007. Quando assumiu a prefeitura, pela primeira vez, em 2009, Maia não lhe transmitiu o cargo. Anos depois, em 2018, afirmou ao GLOBO que não foi convidado:

— Era natural que ele me criticasse, eu estava desgastado. Mas ele nasceu do meu útero, veio na minha cadeirinha de balanço... — disse, à época.

Além da ausência, o ex-prefeito virou um crítico da gestão de Paes e chegou a lançar um livreto em que a caracterizava como um "desastre estratégico".

Os dois voltaram a se aproximar quando o prefeito deixou o MDB e se filiou ao DEM, partido que Maia estava no período. Nessas eleições, os dois participaram dos mesmos eventos e chegaram a trocar elogios em agendas de campanha.

— Estou muito feliz de estar com o Eduardo nesta campanha. Ele tem um vício de realização: o que ele falar, não tenha dúvida que será realizado — afirmou Maia em agenda em agosto de 2018.

No último pleito, contudo, voltaram a estar em palanques diferentes: Maia embarcou na campanha do ex-deputado Marcelo Freixo (PT) ao governo do estado, de quem foi vice de chapa. Enquanto isso, Paes apoiou Rodrigo Neves (PDT) e tinha seu secretário, Felipe Santa Cruz compondo o palanque.

Nas eleições municipais deste ano, Cesar Maia e Eduardo Paes tentarão suas reeleições. No caso do ex-prefeito, seu nome engrossa a chapa de vereadores do PSD.