Internacional
Ex-assessor de Trump será preso após histórica condenação por desacato ao Congresso
Peter Navarro, de 74 anos, se entregará após se recusar a testemunhar perante o painel do Congresso que investigou o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021
Peter Navarro, ex-conselheiro comercial da Casa Branca e aliado próximo do ex-presidente republicano Donald Trump, deve ser preso nesta terça-feira em Miami, Flórida, onde se entregará após se recusar a testemunhar perante o painel do Congresso que investigou o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021. A rendição corresponderá à primeira vez na história dos EUA que um ex-assessor da Casa Branca será preso por uma condenação por desacato ao Congresso.
Contexto: Ex-assessor de Trump é condenado por se recusar a cooperar no caso dos ataques ao Congresso
Contra o tempo: Trump enfrenta a Justiça em meio ao avanço da corrida para a Casa Branca
Navarro, de 74 anos, foi considerado culpado em setembro do ano passado em duas acusações de contravenção por desrespeito ao Congresso. Na época, um comitê da Câmara solicitou depoimentos e documentos de Navarro sobre seu plano de protelar a certificação da eleição de 2020, vencida pelo democrata Joe Biden, atrasando a contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Ele se recusou a obedecer, dizendo que Trump lhe havia dito para invocar o privilégio executivo.
Navarro foi condenado em janeiro a quatro meses de prisão por desacato, e o mandado de prisão foi emitido na última segunda-feira, após o presidente da Suprema Corte, John Roberts, ter rejeitado um último recurso do réu.
O economista formado em Harvard será o primeiro dos principais assessores de Trump a passar um tempo atrás das grades por ações decorrentes do recente caso eleitoral. Ele é, no entanto, o segundo aliado próximo do ex-presidente a ser condenado por desafiar as intimações do comitê da Câmara.
Steve Bannon, um dos mentores da campanha presidencial de 2016 e da vitória de Trump, foi condenado pelas mesmas acusações que Navarro e sentenciado a quatro meses de prisão, mas foi solto enquanto recorria da decisão.
Por sua vez, estava previsto que Trump fosse julgado em Washington em 4 de março por conspirar para anular os resultados da eleição de 2020. O caso, porém, foi suspenso enquanto aguarda-se a análise da Suprema Corte sobre a alegação de Trump de que ele tinha imunidade como ex-presidente. O caso será tratado em 25 de abril.
A Câmara dos Deputados abriu um processo de impeachment contra Trump por causa de tumultos de seus partidários no Capitólio, mas ele foi absolvido pelo Senado. (Com AFP e NYT)
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