Internacional
Kioto deseja preservar as gueixas do aumento de turistas “paparazzi”
O conselho local de Gion, bairro famoso pelas gueixas e suas construções da época do Japão imperial, informou que os turistas deixarão de poder acessar determinas ruas da região
Em resposta às reclamações dos moradores locais sobre as multidões de turistas obcecados em fotografar as gueixas, Kyoto, a antiga capital imperial do Japão, restringiu o acesso ao famoso distrito de Gion, onde vivem boa parte dessas delicadas mulheres com quimono.
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O conselho local de Gion, lamentando que alguns visitantes se comportem como “paparazzi” e acreditando que estão em “um parque de atrações”, anunciou na semana passada que os turistas não poderão acessar as ruas privadas do distrito a partir de abril.
Desde o regresso em massa dos turistas ao Japão, depois da pandemia de covid-19, Kioto recebe um aumento de visitantes, alguns dos quais importunam as gueixas para fotografá-las e postar rapidamente as imagens nas redes sociais.
Várias testemunhas explicam o caso de uma aprendiz de gueixa que teve seu quimono rasgado e outra que encontrou pontas de cigarro em seu vestido. Ao contrário do que muitos pensam, as gueixas não são prostitutas, mas sim, artistas de entretenimento que distraem seus clientes com danças japonesas, apresentações musicais e jogos.
A fascinação por essas mulheres aumentou desde a estréia da série “Makanai, a cozinheira maiko”, no começo do ano passado na Netflix. A série se passa basicamente em Gion. De visita em Kioto, os holandeses Anna e Mark Van Diggenen, estão de acordo com a decisão do conselho local de Gion.
— É preciso respeitar estas mulheres e sua intimidade — disse Anna. Já o seu marido, acredita que os sinais de proibição podem não ser o suficiente para manter os turistas afastados.
Turismo de massa
Desde 2019 existe uma proibição de tirar fotografias nos becos privados de Gion, sob pena de uma multa de 10 mil yenes (cerca de 340 reais), mas esta medida não se mostrou suficiente. Alguns visitantes lamentam a futura proibição de caminhar pelas ruas, com suas construções de madeira.
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— Para mim, é uma zona patrimonial única que a gente quer ver, e nós gostaríamos de fotografar a arquitetura — comenta Jane Stafford, turista australiana que viaja com suas amigas.
— É uma pena que a gente não possa curtir essas ruas em pequenos grupos — completa.
Kioto não é o único lugar do Japão que tomou medidas contra o turismo em massa. A partir desse verão, será aplicado um número limitado de pessoas que poderão caminhar no caminho mais famoso do arquipélago e subir o mítico Monte Fuji, perto de Tóquio. Também será preciso pagar uma entrada de 1 mil yenes (cerca de 65 reais)
Em Osaka, a principal cidade ao oeste do Japão, as autoridades municipais estão pleiteando impor uma taxa aos visitantes estrangeiros, além de uma taxa turística já existente.
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