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Viva as mulheres
Ricardo Diegues, digníssimo Promotor de Justiça no Sertão Pernambucano tinha sessenta e poucos anos quando enviuvou. Acostumado com ótima companhia de cama e carinho feminino, não durou sua viuvez, logo paquerou uma bela morena sertaneja, cantora amadora nas festinhas da cidade, Ana Maria, 21 anos, tinha sonho em ser cantora profissional e famosa. Enquanto não chegou a fama namorou o coroa mais disputado em todo sertão. Ricardo, além de ser um homem parrudo, bonito, era excelente companheiro com seu bom humor, sua sabedoria, Eram felizes, a namorada não reclamava dos afagos, da competência, da constância e dos ensinamentos do companheiro, apesar da diferença de idade viviam no cotidiano básico, normal, claro que a ajuda da azulzinha melhorava a vida do casal.
Até que um dia, sempre tem um dia... Aninha desconfiou que havia alguma coisa no ar. O sexto sentido feminino funcionou, resolveu seguir os passos do Dr. Ricardo e o pegou em flagrante no seu carro numa estrada deserta embaixo de uma jaqueira se enganchando com uma mulher mais velha, uma coroa bem cuidada.
Em casa, durante a separação, Aninha fez aquela célebre pergunta: “O que ela tem que não tenho?” O sessentão com a sabedoria dos mais vividos, acariciando as faces da jovem respondeu: ”Experiência e estrada de vida!”
Deus quando elaborou o projeto do Mundo colocou a mulher como a criatura mais semelhante à sua imagem. Uma mulher depois dos 40 anos é o estágio mais avançado do ser humano, perto do sublime, do divino. Nessa fase a mulher alcança o auge da sabedoria, da experiência, da sensibilidade, da sensualidade, do despudor.
A mulher amadurecida é apetitosa que nem manga espada madurinha, daquelas que dá vontade de descascar e abocanhar, uma mulher madura não precisa descascar, já está pronta.
A jovem de 20 anos lê o Kama-Sutra, a coroa de 50, pratica. Nada contra a juventude, é o encanto dos olhos, fantasia de desejos, êmulo do sentido. Quanto ao sexo feminino aprecio de Nabokov a Balzac.
No mundo moderno viver a vida não é mais privilégio exclusivo dos jovens. A nova geração de coroas continua trabalhando, amando, em todos os lugares, nos lares, nos bares, nos mares, encarando a vida, dançando, sorrindo, sentindo. Os mais velhos não se entregam, querem viver, apreciar os encantos, as magias, os mistérios mais simples da vida. A mulherada de nossa geração muito contribuiu na mudança dos costumes, um presente de nossa vida.
A maior revolução da história da humanidade não foi a Queda da Bastilha, nem a Revolução Russa, foi a das mulheres no século passado, ganhando seus merecidos lugares dentro da sociedade.
Venceram preconceito, intolerância. No dia que as mulheres tiverem mais poder, mais comando; quando tiverem as rédeas do mundo, a humanidade será mais bela, mais gentil, mais generosa, mais tolerante. Vejam o exemplo onde existe opressão contra as mulheres, onde reina o machismo exagerado, nos países como Irã, Iraque, Afeganistão, campeia a violência.
Prestemos homenagens à geração dessas mulheres maduras e corajosas, fizeram a revolução sexual e feminina no final dos anos 60. O mundo não foi mais o mesmo graças à coragem dessas mulheres belas, cheias de charme, que estão aí em sua plenitude.
Além disso, a mulher madura tem o instinto maternal mais exacerbado. A mulher que é mulher, não basta ser boa na cama, tem que fazer o papel da companheira, namorada, amante. A vida floresce na mulher aos quarenta, cinquenta, sessenta, setenta e tantos anos. Nada melhor, nada tão atraente quanto a sexualidade, a experiência, da mulher madura, gostosa que nem uma pinha madurinha da Palmeira dos Índios.
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