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Filha de Nara Leão, Isabel Diegues fala sobre como foi assistir à Zezé Polessa interpretar sua mãe no teatro
'Emocionante perceber a força da minha mãe de tantas maneiras' diz ela, que estava com o filho, José, na estreia da peça 'Nara', dirigida por Miguel Falabella

A editora Isabel Diegues estava acompanhada do filho, José, na estreia do musical "Nara", no Teatro Firjan Sesi Centro, no Rio de Janeiro, dias atrás. No espetáculo, dirigido por Miguel Falabella, Zezé Polessa interpreta Nara Leão, mãe de Isabel. A atriz põe em cena temas como a luta da artista pela liberdade, a conexão com a Tropicália e o retorno à bossa nova em Paris.
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Isabel escreveu um texto especialmente para OGLOBO falando sobre o que sentiu ao assistir à peça:
"Zezé me escreveu um dia dizendo que adoraria fazer Nara no teatro. Fiquei surpresa, ainda que de imediato me tenha me parecida fazer todo sentido. Mais que a cantora, ela queria fazer a mulher. Não conversamos muito sobre suas ideias. Mas entendi que ela queria conhecer Nara, viver Nara, estar na pele de Nara.
Havia algo de sedutor em ser um pouco essa mulher que nos anos 1960, em meio a ditadura brasileira, dizia e fazia o que bem entendesse. O que tinha vontade. Quando Zezé me procurou, a gente estava no começo dos anos Bolsonaro e impressionados com o tamanho do estrago. Mas com a pandemia, tanto nós quanto ele, não pudemos fazer muito, para bem e para o mal.
Entendi que a Zezé queria viver essa Nara jovem, libertária, desbravadora de novas ideias, mais que a Nara descobridora de novos talentos e canções. E lá foi a Zezé fazer a peça com o impulso e a parceria do Miguel.
Em geral, não interfiro nos projetos que são feitos sobre minha mãe. Fico por perto pra colaborar, abrir caminhos, mas a Nara dessa peça não é a minha Nara, é a Nara da Zezé, a Nara do Miguel, é a Nara que diz e faz o que esses artistas querem dizer através das ideias dela.
E isso é o mais bonito. Perceber a força da minha mãe de tantas maneiras, em tantos projetos, cada um a seu modo. E quando vejo pronto o belo e carinhoso espetáculo desenhado por eles, confirmo minha intuição da Nara que os seduziu e os levou a montar essa peça. E é emocionante.
Escrevi porque o que me emocionou na peça foi mesmo pensar em quantas Nara existem por aí na cabeça e no coração das pessoas. Ao longo dos anos (e das homenagens) entendi que ser filha de uma pessoa pública como Nara é conhecer as muitas Naras através desses artistas, escritores e pesquisadores que são fisgados de formas diferentes e por aspectos diferentes da personalidade, do comportamento, das escolhas de Nara.
E me impressiona como minha mãe, que mudou tantas vezes os rumos de sua vida, fazendo escolhas radicais artísticas e pessoais, foi de uma coerência imensa. São muitas as Naras que fazem sentido. Sendo todas elas coerentes com a Nara que eu conheço e reaprendo através de outros olhares sobre ela".
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