Esportes
Tite e Diniz têm papéis distintos, e Flamengo e Fluminense medem forças com estratégias diferentes no mercado
Equipes se enfrentam em final antecipada da Taça Guanabara em tira-teima que servirá de termômetro para pretensões dos clubes na temporada

O reencontro entre Flamengo e Fluminense, hoje, 16h, em final antecipada da Taça Guanabara, recoloca frente à frente duas das principais forças do futebol brasileiro. Os últimos campeões da América, que aguçaram a rivalidade para além das fronteiras do Rio de Janeiro, entretanto, andam em direções distintas na hora de formatar seus elencos para brigar por títulos. E o duelo pelo Carioca é o primeiro termômetro para medir se as estratégias para 2024 são promissoras.
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Atual campeão estadual, o Fluminense incrementou suas receitas com o título da Libertadores, mas sabe que não tem o poderio financeiro do Flamengo. Por isso, aposta na base da equipe construída pelo técnico Fernando Diniz, que vai na contramão do mercado e faz “do limão, uma limonada”, apostando em atletas como Douglas Costa e Renato Augusto, e sempre valorizando a base do clube em Xerém.
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Do lado do Flamengo, aposta é termo proibido. Seja de jovens, seja dos mais experimentados. Principal reforço para a temporada, De La Cruz é quem simboliza a política do clube de trazer jogadores para chegarem e jogarem. Ou, ao menos, disputarem posição como titulares. Tite tem o papel de promover essa concorrência e o melhor nível em um elenco que está em constante reformulação, mas sempre com o sarrafo lá em cima. O que não quer dizer que o Flamengo vai rasgar dinheiro. Mesmo que tenha o recurso, a diretoria só aceita pagar o que o jogador vale. Caso contrário, se garante na base já construída. Não à toa arrasta a negociação para trazer Léo Ortiz, do Red Bull Bragantino. E recusou pagar caro por Luiz Henrique, único movimento em comum com o rival das Laranjeiras na rara disputa por um jogador.
Do limão uma limonada
No Fluminense, Diniz se vira com o que o clube oferece. Marca do técnico nos trabalhos anteriores, gosta de plantar suas ideias e colher a evolução dos jogadores mesmo que não haja resultados de curto prazo. O treinador tem resistência em trabalhar com um plantel muito grande, mas este ano o clube esticou mais a corda. A pedido do técnico, trouxe também o zagueiro Antonio Carlos e o goleiro Felipe Alves, de graça.
O tricolor gastou mesmo com a chegada de Terans, que custará R$ 14 milhões. Outra oportunidade de mercado foram Gabriel Pires e Marquinhos. Por gostar de talhar o jogador, Diniz nem sempre prioriza quem chega dessa forma, caso do uruguaio Léo Fernandez, que veio ano passado e já foi negociado. A lista de atletas que deixaram as Laranjeiras é extensa, a começar pelo zagueiro Nino. André deve ser o próximo ainda este ano. E Arias também é candidato a gerar receita para o clube. Por isso, o volume de chegadas tem por objetivo antecipar possíveis perdas.
Nos bastidores, Diniz é conhecido também por participar de maneira discreta, mas decisiva, das negociações. Liga para os atletas, explica o projeto, mesmo que seja contratação que tenha vindo do clube, dirigido por Paulo Angioni. O executivo não costuma ser pressionado pelo treinador para trazer mais reforços. Com Marcelo, o Fluminense o contratou, Diniz referendou e disse como pretendia usar o veterano. O técnico tem o cuidado de saber lidar com os mais experientes, para que não virem um problema. E mescla com as promessas da nova geração.
Concorrência elevada para manter receitas
O papel de Tite no Flamengo nesse sentido é bem mais restrito ao campo e às ideias de jogo. O trabalho no clube é planejado, com envolvimento da área técnica, scout, além dos dirigentes Bruno Spindel e Marcos Braz. Há avaliação constante do elenco para tomar decisões. Desde 2019, há variáveis de mercado, que causam impactos no elenco, e há a política do clube, que passa por repor perdas e conservar ídolos o máximo.
Em tese, a ideia é respeitar a ideia de jogo do treinador, não trazer quem ele não queira. A diretoria avalia se o nome desejado tem no elenco, e quais os perfis dos atletas para a vaga. A partir daí, vai para o mercado. E Tite foca no campo. De La Cruz, pedido por todos os treinadores que passaram recentemente, levou oito meses para chegar. O Flamengo o via pronto, o atleta queria vir, mas o River dificultou, e a diretoria precisou ter paciência..
Diferentemente do Fluminense, o clube da Gávea não vê tempo para desenvolver o jogador, investir em atletas de nível mais baixo para que ele tenha tempo de maturar e performar. A explicação passa por manter a balança comercial rubro-negra em ascensão em termos de sócio-torcedor, bilheteria. Na conta final, o futebol investe bem, sem usar recurso do clube, pois vende mais do que compra.
Na avaliação do Flamengo, se não tiver esses ídolos, jogadores pesados, o faturamento cai. De 2018 até agora a bilheteria quadruplicou, em média. O receio é que um processo de reformulação que exige a maturação de um novo elenco do zero faça a receita despencar. Dado o nível do elenco, a ideia é qualificar, ser assertivo, não focar em quantidade. Cada um a seu modo, Fla e Flu colhem resultados.
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