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Segundo dia de desfiles na Sapucaí tem luta das mães negras e clássico
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O tropicalismo de um fruto brasileiríssimo por natureza abre o segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Com Pede Caju que Dou, Pé de Caju que dá, assinado pelo carnavalesco Marcus Ferreira, a Mocidade Independente de Padre Miguel vai em busca do seu oitavo título do Carnaval Carioca.
A verde e branca retoma um estilo que a consagrou, ligado à brasilidade, à tropicalidade e à sensualidade. O jornalista e escritor Fábio Fabato, autor da sinopse, conta que o enredo nasceu de uma vontade de voltar a leveza nas temáticas de carnaval, depois de um período necessário de temas políticos, mas ele afirma que com o caju, esse furto tão brasileiro, a Mocidade também traz reflexões importantes sobre o país.
Na sequência, a azul e branca de Madureira invade a avenida para contar a história da matriarca negra Luiza Mahin, heroína da revolta dos Malês, um dos maiores levantes de escravizados ocorrido na Bahia.
Baseado no romance Um Defeito de Cor, da escritora Ana Maria Gonçalves, o enredo da Portela, maior campeã do Carnaval Carioca com 22 títulos, parte de uma carta sonhada, onde o filho de Mahin, o abolicionista Luiz Gama, faz um relato cheio de afeto para a mãe, de quem se separou quando ainda era menino.
A narrativa refaz os caminhos imaginados da história da mãe preta, que poderia ser a história de tantas mães negras do passado e do presente, como destaca um dos carnavalescos, Antônio Gonzaga, em divulgação da Liesa, organizadora dos desfiles.
A terceira escola a desfilar, a Unidos de Vila Isabel, revisita suas memórias trazendo de volta para a Avenida o enredo Gbalá - Viagem ao Templo da Criação, do carnavalesco Oswaldo Jardim, de 1993. Com releitura de Paulo Barros, a narrativa iorubá utiliza a inocência e doçura das crianças para uma reflexão mais do que atual sobre as ações dos homens contra o planeta Terra.
A azul e branca manteve o samba-enredo clássico de autoria de Martinho da Vila. O desfile também vai reverenciar personagens da escola que ajudaram a contar essa história há mais de 30 anos. O pesquisador Vinícius Natal defende que os clássicos são feitos para serem revisitados.
A Marquês de Sapucaí ainda recebe mais três escolas já na madrugada de terça-feira de Carnaval: Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Unidos do Viradouro.
* Com trabalhos técnicos de Tony Godoy.
Cultura Rio de Janeiro 12/02/2024 - 09:00 Rádio Nacional/ Renata Batista Fabiana Sampaio* - Repórter da Rádio Nacional Carnaval 2024 sambódromo segunda-feira, 12 Fevereiro, 2024 - 09:00 329:00
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