Internacional
Novo comandante das Forças Armadas da Ucrânia fala em 'aperfeiçoar' tropas e limitar perdas humanas
Em primeiro pronunciamento público, o general Oleksander Sirski também definiu como prioridade a 'rápida e racional' distribuição de recursos para superar baixa reserva de munição
O novo comandante do Exército da Ucrânia, Oleksander Sirski, estabeleceu como objetivo imediato de sua liderança "aperfeiçoar" as Forças Armadas do país, apontando a atualização das tropas como única forma de expulsar as tropas russas do território ucraniano — algo que autoridades ocidentais apontam como improvável após dois anos de guerra.
Entenda: Ucrânia substitui o principal comandante de suas Forças Armadas após quase dois anos de guerra
Contexto: Zelensky sugere que uma 'grande reforma' no governo da Ucrânia é necessária para renovar esforços de guerra
"Só a mudança e a melhoria contínua dos meios e métodos de guerra nos permitirão ter sucesso", destacou o general Sirski no Telegram, em sua primeira declaração pública como comandante-em-chefe das Forças Armadas.
Sirski foi nomeado na quinta-feira para substituir o popular general Valeri Zalujni. A Presidência ucraniana considerou que era necessária uma mudança após dois anos de guerra e com um front estagnado. O presidente Volodymyr Zelensky pediu ao novo comandante um plano de batalha "realista" para 2024, em um momento de crescente preocupação em Kiev de que as divisões internas nos EUA e na União Europeia levem a uma redução do apoio ocidental.
— Trata-se de planejar de forma clara e detalhada as ações de todos os órgãos para alcançar a vitória — disse Sirski, que foi chamado por Zelensky de "general mais experiente da Ucrânia".
O novo comandante também definiu como "principal tarefa da logística militar" a distribuição e entrega "rápida e racional" de recursos para as unidades de combate. A falta de munições é um dos problemas mais urgentes no front ucraniano.
Ainda como prioridade, o general, que até agora era chefe das forças terrestres, destacou também que sua prioridade será limitar as perdas humanas
"A vida e a saúde dos soldados sempre foram e são o principal valor do Exército", acrescentou.
Derrota 'impossível'
A mudança na cadeia de comando das Forças Armadas foi avaliada como uma medida tanto militar quanto político. O próprio ex-comandante, Valery Zalujny admitiu, ao ter sua demissão anunciada, que a Ucrânia precisava "mudar e adaptar" sua estratégia para vencer às forças russas — embora exista também quem veja uma preocupação de Zelensky com a alta popularidade de Zalujny, apelidado de "general de ferro".
Todo o contexto e planejamento, no entanto, não parece preocupar mais profundamente o governo e o Exército da Rússia, que ocupa atualmente cerca de 20% do território ucraniano e estabeleceu linhas de defesa que praticamente inviabilizaram os grandes avanços das forças inimigas. Autoridades russas vocalizaram que qualquer mudança significativa é improvável.
Saiba mais: 'Aula de História', recados ao Ocidente e à Ucrânia: o que Putin disse em entrevista a Tucker Carlson
— Não acreditamos que estes fatores possam mudar o rumo da operação militar especial — disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira.
Já o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que é "impossível" que a Rússia seja derrotada na Ucrânia. Em entrevista ao apresentador americano Tucker Carlson, transmitida na quinta, o líder russo afirmou que "isso nunca vai acontecer".
Desde o início do conflito, a Rússia também realizou vários ajustes em seu Estado-Maior: em setembro de 2022, após a retirada das suas tropas da região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e após a frustrada rebelião do grupo Wagner, em junho de 2023.
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