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Japão diz que módulo lunar ‘retomou as operações’

Com pouca bateria, sonda havia sido desligada para permitir a reinicialização quando o ângulo solar mudasse

Agência O Globo - 29/01/2024
Japão diz que módulo lunar ‘retomou as operações’
agência espacial Jaxa - Foto: reprodução

O módulo lunar japonês Slim retomou as operações, segundo informou, nesta segunda-feira, a agência espacial Jaxa, sugerindo que o sistema conseguiu restaurar o fornecimento de energia do equipamento.

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O anúncio foi um grande impulso para o programa espacial japonês, nove dias depois de o módulo pousar na superfície lunar, mas no ângulo errado, faltando apenas algumas horas de energia.

“Ontem à noite conseguimos estabelecer comunicação com a Slim e ela retomou as operações”, disse a Jaxa na rede social X.

“Começamos imediatamente as observações científicas com a MBC (câmera espectroscópica multibanda) e obtivemos a primeira luz para observação em 10 bandas”, acrescentou.

A agência também postou no X uma imagem capturada pela sonda de uma rocha chamada “poodle toy”, observada próxima ao módulo.

O módulo Slim (Smart Lander for Investigating Moon) fez um pouso histórico a 55 metros de seu alvo inicial, um alto grau de precisão, que fez do Japão o quinto país a pousar na Lua, depois de Estados Unidos, União Soviética, China e Índia.

Mas três horas após o pouso, a Jaxa decidiu desligar o Slim, quando estava com 12% de energia restante, para permitir uma possível reinicialização quando o ângulo solar mudasse.

Precisão

O módulo atingiu seu objetivo de pousar a 100 metros de seu alvo, uma precisão muito maior do que outros pousos lunares, que segundo especialistas geralmente ficam num alcance de vários quilômetros.

O Slim apontou para uma cratera onde o manto da Lua, a camada interna geralmente profunda abaixo da crosta, estaria exposto na superfície.

Duas sondas se separaram com sucesso, disse a Jaxa, uma com um transmissor e a outra projetada para percorrer a superfície lunar enviando imagens para a Terra.

Essa sonda rolante, pouco maior que uma bola de tênis, foi desenvolvida em conjunto pela empresa responsável pelos brinquedos Transformer.

Rússia, China e outros países, da Coreia do Sul aos Emirados Árabes Unidos, também estão tentando chegar à Lua.

Por sua vez, o módulo lunar Peregrine, da empresa americana Astrobotic, começou a perder combustível após decolar neste mês, o que pôs fim à sua missão.

Em seguida, perdeu contato com a espaçonave em uma área remota do Pacífico Sul, após aparentemente queimar na atmosfera da Terra ao retornar.

A Nasa também adiou suas missões lunares tripuladas no âmbito do programa Artemis.

Anteriormente, duas missões lunares japonesas – uma privada e outra pública – falharam.

Em 2022, o país enviou, sem sucesso, uma sonda lunar chamada Omotenashi como parte da missão Artemis 1 dos EUA.

Em abril, a startup japonesa ispace tentou, em vão, tornar-se a primeira empresa privada a aterrissar na Lua, depois de ter perdido a comunicação com a sua nave espacial após uma “aterrissagem forçada”.