Esportes
'Mais forte do Brasil' segundo Tite, Carioca tem força limitada aos grandes e um terço dos times sem divisão nacional
Treinador enalteceu o torneio para dizer que Flamengo não iria deixá-lo de lado
Com vitória tranquila e boa atuação, o 4 a 0 do Flamengo sobre o Audax tinha tudo para ser um jogo ordinário. Mas uma declaração específica de Tite após a partida gerou repercussão. Como forma de assegurar que o clube não deixará o Carioca de lado, o treinador o chamou de “mais forte do Brasil”. Ainda que o rubro-negro conte com um dos melhores elencos do país e o Fluminense seja o atual campeão da Libertadores, a declaração soou exagerada.
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— O Campeonato Carioca atual, na minha opinião, é o mais forte do Brasil. Hoje. Antes era São Paulo, agora é o Rio. Ele é muito difícil. E a nossa busca é de classificação, é do título carioca. Então, esse processo de evolução visa a esse objetivo. Talvez seja pouco para a história do Flamengo, mas ele é grande para uma comissão técnica que está chegando. E é uma fonte geradora de confiança para uma sequência de trabalho também — ponderou o treinador.
Alguns números até mostram um equilíbrio entre o Carioca e o Paulista. Mas outros batem de frente com a declaração de Tite. Dos quatro Estaduais mais importantes do país, o do Rio é, ao lado do de São Paulo, o que tem o maior número de representantes na Série A do Campeonato Brasileiro. Com o rebaixamento do Santos, serão quatro de cada um em 2024.
No entanto, quando se leva em consideração todas as divisões nacionais, o Carioca perde representatividade. O que mostra como a força do torneio fluminense está limitada aos seus quatro clubes grandes.
O Carioca tem oito representantes em alguma das quatro séries do Brasileiro. Isso significa que um terço dos participantes (quatro) não disputa nenhuma divisão em nível nacional. O Mineiro e o Gaúcho, os dois mais importantes depois do eixo Rio-São Paulo, contam com nove cada um entre as séries A, B, C e D.
O Paulista, por sua vez, descola-se de todos esses. São 17 equipes de São Paulo em alguma divisão nacional. É mais do que na própria Série A1 do Estadual, disputada por 16 equipes. Destas, 15 jogam o Brasileiro (outras duas são da A2).
— A gente não vê fortalecimento de times pequenos no Carioca. Tem um trabalho que é mais constante, o do Volta Redonda, e outro que parece ser um pouco mais organizado, o da Portuguesa. E só — opina Marcelo Barreto, colunista do GLOBO. — E a diferença econômica entre os estados ainda é muito grande. O interior de São Paulo é um dos maiores mercados do Brasil, é uma potência.
A declaração de Tite se torna ainda mais insustentável pelo fato de ele estar no comando do Flamengo, justamente o clube que se distancia dos rivais em orçamento e, consequentemente, em conquistas. Nas últimas dez edições do Carioca, todos os quatro grandes do Rio foram campeões ao menos uma vez. Mas nem por isso há equilíbrio: o rubro-negro venceu metade delas.
— A diferença do poder financeiro do Flamengo para os rivais é maior do que seria se, por acaso, ele estivesse em São Paulo. Se disputasse o Paulista, teria outros times mais perto financeiramente. Mesmo o Fluminense com premiação e Libertadores, não chega perto — acrescenta o colunista do GLOBO Martín Fernandez.
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