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Mariana Xavier lembra encontro espiritual com Paulo Gustavo antes de estrear peça: 'Acordei aos prantos'

A atriz reestreia o monólogo 'Antes do ano que vem', que considera seu 'maior orgulho da carreira', e fala com carinho do amigo que sempre a incentivou

Agência O Globo - 04/01/2024
Mariana Xavier lembra encontro espiritual com Paulo Gustavo antes de estrear peça: 'Acordei aos prantos'
Mariana Xavier - Foto: Reprodução

“Quebre a perna!”. Comumente usada em estreias teatrais, significando um desejo de sorte ao artista que vai entrar no palco, a expressão foi levada ao pé da letra — perdoem o trocadilho — por Mariana Xavier em janeiro de 2020. A menos de uma semana da estreia no Rio de Janeiro de seu primeiro monólogo, a atriz escorregou na grama molhada e teve lesão no ligamento do tornozelo e fratura de fíbula, tendo que passar por uma cirurgia de emergência. Ficou um mês sem poder pisar, e logo em seguida a pandemia colocou “Antes do ano que vem” em suspensão.

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A peça, escrita por Gustavo Pinheiro e dirigida por Lázaro Ramos e Ana Paula Bouzas, que aporta nesta quinta-feira (4) no Teatro Adolpho Bloch, na Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro, para uma temporada de dois meses a preços populares, só chegou ao conhecimento do público em 2022.

— As reviravoltas (da pré-estreia) me deixaram muito insegura, e eu quase desisti de fazer o monólogo. Mas uns dois meses após a morte do Paulo Gustavo (por Covid, em 4 de maio de 2021), eu tive um sonho muito impactante. Nele, Paulo ainda estava no hospital, e eu abria o coração para meia dúzia de pessoas na plateia de um ensaio aberto sobre meu medo e nervosismo de esquecer o texto por preocupação com o meu amigo. Quanto mais eu me abria, o público se multiplicava. Até que o teatro lotou, e eu vi Paulo Gustavo com aquelas roupas brilhosíssimas, de braços abertos pra mim. Demos um abraço tão real, que eu acordei aos prantos às 4h da manhã — conta Mariana: — Tenho certeza de que foi um encontro espiritual com Paulo, que me encorajou e incentivou, como sempre fez, desde o primeiro “Minha mãe é uma peça”. Foi ele que apostou em mim para interpretar Marcelina e disse que esse trabalho ia mudar a minha vida.

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Pra variar, o brilhante humorista estava certo. Os três filmes da franquia foram recordes da bilheteria nacional e continuam superassistidos, em streaming. E, desde a sua estreia, “Antes do ano que vem” passou por mais de 20 cidades de 14 estados, sendo vista por cerca de 40 mil pessoas em 75 apresentações.

— Um dos meus desejos para 2024 é conseguir continuar viajando bastante com essa peça, maior orgulho da minha carreira. Quero levá-la a todos os estados brasileiros. Faltam 13 — afirma a atriz.

Valorização da vida, com muito bom humor

Em “Antes do ano que vem”, Mariana Xavier se desdobra em sete personagens no palco. São mulheres conectadas por meio da Central de Apoio aos Desesperados (CAD), espécie de CVV (Centro de Valorização da Vida).

Quando Dra. Telma, a psicóloga plantonista do réveillon, não aparece para trabalhar, a faxineira Dizuíte assume o posto de conselheira, hilária e impulsiva, mostrando a quem está do outro lado da linha telefônica que vale a pena viver e que ainda dá pra ser feliz antes que o ano chegue ao fim.

— Eu sempre fui meio Dizuíte, boa ouvinte e boa conselheira. Tanto que, em certo momento da minha vida, cogitei seguir carreira na Psicologia. Gosto muito, tenho afinidade com o tema. Sou aquela amiga que as pessoas costumam procurar, às vezes, até para ouvir sermão. E estou aprendendo a pedir essa ajuda também. Esse foi um dos meus maiores aprendizados de 2023: perder o medo de me mostrar frágil e pedir colo, ajuda — entrega a atriz, ressaltando: — No fim do ano, fiquei muito impactada com a quantidade de notícias sobre pessoas tirando a própria vida. Acho que a gente está vivendo uma nova pandemia, da saúde mental. E me deixa preocupada e entristecida que a gente lide com isso como se fosse uma questão individual, quando na verdade tem tanta gente adoecendo por problemas coletivos. O tema da peça é muito necessário.

Estreia no Globoplay

Primeira novela da carreira de Mariana, “Além do horizonte” (2013) chegou ao Globoplay no fim de dezembro. “A trama não performou bem de audiência na época, mas minha personagem (Ana Rita) cresceu horrores. O casamento do último capítulo foi o meu, e não o da mocinha da novela (Lili, Juliana Paiva)”, relembra a atriz.

Casar não é um sonho

Aos 43 anos, ela afirma que não sonha se casar de véu e grinalda.

— Já morei junto, mas nunca tive uma cerimônia. Não é um sonho, mas também não é algo que eu descarte. Se vier a acontecer, não será nada tradicional, em igreja. Não condiz com quem eu sou — explica Mariana.

A atriz canta a música de Ivete Sangalo para falar sobre o seu status de relacionamento:

— "Tô solteira, mas não tô sozinha"... Sem perspectivas de um relacionamento, mas me divertindo. O mercado hétero 40+ está complicado, mas dá para encontrar umas coisinhas gostosas e aproveitar os prazeres da vida. Exercitar a liberdade de ser quem sou, com minha sexualidade, meu corpo e minha autoestima. Recomendo, mulherada!