Esportes
Como Palmeiras colocou a mão no título brasileiro mesmo tendo o pior aproveitamento nos confrontos diretos entre os times do G6
Alviverde só somou nove pontos diante dos rivais diretos; Atlético-MG foi quem se saiu melhor neste campeonato à parte

A duas rodadas do fim do Brasileiro, não há mais duelos entre os times que brigam pelo título. E, curiosamente, o líder Palmeiras foi justamente o de pior desempenho neste campeonato à parte entre os primeiros colocados. Fato que diminui o peso dos confrontos diretos e reforça a importância da regularidade — o segredo da campanha alviverde.
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O Palmeiras só somou oito pontos contra os outros integrantes do G6. Quem se saiu melhor nestes jogos foi o Atlético-MG, que atropelou o Flamengo na última quarta e chegou aos 17 pontos contra rivais diretos.
Confrontos diretos entre os times do G6
Atlético-MG - 17 pontos
Botafogo e Flamengo - 16 pontos
Grêmio e Bragantino - 13 pontos
Palmeiras - 9 pontos
Uma análise na campanha de cada um dos principais perseguidores do Palmeiras aponta onde cada um deixou a desejar e abriu brecha para o avanço alviverde. O calcanhar de Aquiles da maioria foram os jogos contra os times da parte de baixo da tabela.
Principais postulantes ao título contra times da 11ª à 20ª posição
Palmeiras e Flamengo - 43 pontos
Botafogo - 33 pontos
Atlético-MG - 29 pontos
Atlético-MG e Botafogo foram os que mais tropeçaram diante de rivais da 11ª à 20ª posição. Os cariocas conquistaram 23 de 57 pontos possíveis (57,9% de aproveitamento). Já o Galo, 29 de 57 disputados (50,8%).
Os mineiros se saíram ainda piores quando o recorte é sobre os sete últimos colocados (do 14º ao 20º). Obtiveram apenas 19 pontos em 39. Um aproveitamento de meros 48,7%.
Já Palmeiras e Flamengo fizeram sua parte. Ambos somaram 43 pontos de 57. O aproveitamento de 75,4% chega a ser superior ao da dupla na campanha geral até agora (respectivamente 61% e 58%).
O Flamengo, porém, teve desempenho desastroso contra os times da parte intermediária (da 7º à 10ª colocação). Sem nenhuma vitória, o rubro-negro só somou quatro pontos dos 21 possíveis — aproveitamento de 19%. Já o Palmeiras faturou 14 dos 21 pontos contra estes mesmos adversários.
Principais postulantes ao título contra times da 7ª à 10ª posição
Atlético-MG - 17 pontos
Palmeiras e Botafogo - 14 pontos
Flamengo - 4 pontos
Esta regularidade, que pode render mais um título brasileiro ao Palmeiras, tem o dedo de Abel Ferreira. Em seu livro “Cabeça fria, coração quente”, o treinador português revelou um estudo profundo sobre o Brasileiro. Ao chegar no Brasil, sua comissão técnica levantou estatísticas sobre os campeões anteriores da era dos pontos corridos. De posse deste material, traçou os caminhos que levam uma equipe a levantar a taça.
Entre estes fatores, estão o aproveitamento como mandante, ter a melhor defesa, ser o que mais finaliza a gol por jogo e, principalmente, o desempenho contra times da parte de baixo da tabela.
“Nos últimos cinco anos, a principal diferença para o campeão ter sido campeão em detrimento do 2º e 3º classificados foi o fato de ter um aproveitamento maior contra as esquipes que terminaram entre 14º e 20°, isto é, nos últimos lugares. Isso demonstra a enorme importância desses jogos, muitas vezes menosprezados, dentro (jogadores e estrutura) e fora do clube (torcida e comunicação social) na posição final da tabela classificativa” registra o técnico palmeirense em seu livro.
É verdade que a edição atual tem características próprias. Nenhuma equipe alcançou a campanha linear prezada por Abel. Nem o próprio Palmeiras, que chegou a ver o então líder Botafogo abrir 14 pontos de distância. Ainda assim, foi quem melhor conseguiu manter o foco — independentemente do apelo da partida. O que pode ser extraído da declaração do auxiliar Vitor Castanheira, após a vitória sobre o América-MG, na quarta-feira passada, no Allianz Parque.
— Esta equipe não olha para trás e nem para o lado. Não controlamos os outros, só controlamos o que fazemos. Chegamos a uma posição que queríamos, só dependemos de nós, só temos foco em frente e ganhar o próximo jogo. É o que esta comissão e os jogadores querem — disse o auxiliar, que ocupou a área técnica devido a suspensão de Abel.
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